São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Mais de 500 aviões voam sobre a Grande SP por dia

Segundo a Aeronáutica, emergências são 'absoluta exceção'

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 500 aviões sobrevoam a cabeça dos moradores da Grande São Paulo a cada dia, segundo a Infraero (empresa federal que administra aeroportos). Considerando que aterrissam e voltam a decolar, há mais de mil viagens diárias de avião sobre a região.
O aeroporto de maior movimento é o de Congonhas (zona sudoeste da capital), que tem perto de 450 poucos e decolagens diariamente -a maior marca nacional. Esses movimentos envolvem 225 aviões.
No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, perto de 200 aviões pousam diariamente. Cumbica recebe menor número de aviões, mas, por serem maiores, transportam mais passageiros do que os que partem de Congonhas.
No espaço aéreo da Grande São Paulo ainda passam aeronaves com destino a Santos e Campinas e mais 11 aeroclubes e 62 heliportos.
"Tecnicamente, não há problema em haver aeroportos dentro das cidades. Isso ocorre em todos os grandes centro urbanos do mundo", afirma o coronel-aviador Juan Vergara, chefe do Serviço Regional de Aviação Civil que cobre a Grande São Paulo.
"Acidentes e emergências são exatamente isso: acidentes e emergências. Acontecem, mas são absoluta exceção dentro dos padrões seguros em que opera a aviação."
A média mundial de acidentes -não necessariamente com vítimas- é de 1,4 caso para cada 1 milhão de decolagens. Pela estatística, apurada entre 85 e 94, haveria um acidente a cada 714 mil decolagens realizadas.
Se mil aeronaves partem por dia da Grande São Paulo, há chance estatística de acontecer um acidente a cada dois anos com esses vôos. Mas não necessariamente sobre a região.
Monomotores
Segundo dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica, a maior parte dos acidentes no Brasil envolvem aviões com um só motor.
Em 84, eles representaram 78% das aeronaves envolvidas em desastres. Em 96, até o final de outubro, os monomotores participaram de 54% dos 81 acidentes registrados pelo Cenipa.
No país, a aviação executiva (de aviões particulares, de empresas e táxis aéreos) é a campeã em acidentes. De 90 até o final de outubro do ano passado, ela respondeu por 595 (ou 60%) do total de 987 desastres registrados.

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