São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Timor Leste luta para se tornar independente

CINILIA GISONDI OMAKI
MARIA ODETTE BRANCATELLI

CINILIA GISONDI OMAKI; MARIA ODETTE BRANCATELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

"A questão de Timor Leste estava próxima de se tornar um conflito esquecido, e quisemos contribuir para que seja mantida em evidência." Assim a escolha de dois timorenses para o Prêmio Nobel da Paz de 96 foi justificada pelo presidente do Comitê.
O bispo católico Carlos Ximenes Belo e o porta-voz da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), José Ramos-Horta, buscam uma solução justa e pacífica para a autodeterminação de seu povo, submetido à Indonésia.
No século 16 a ilha foi colonizada por Portugal, e no 19 portugueses e holandeses dividiram-na. Após a Segunda Guerra, a Indonésia, libertando-se da Holanda, ficou com Timor Oeste.
A independência das colônias portuguesas só aconteceu após a Revolução dos Cravos (74), que derrubou o salazarismo. No Timor Leste, tal processo confrontou com a conservadora União Democrática Timorense (UDT) com a esquerdista Fretilin.
Diante da vitória da Fretilin, em 75, autoridades lusas abandonaram a ilha, e dias depois a Indonésia invadiu Timor Leste, anexando-a no ano seguinte. Repressão e fixação de muçulmanos têm garantido o domínio.
O Nobel da Paz chamou a atenção para a causa, mas o futuro de Timor parece estar nas palavras do bispo Belo: "... é terra queimada. Na cultura, na identidade étnica, no direito a ser povo."

Cinilia T. Gisondi Omaki e Maria Odette Simão Brancatelli são professoras de história do Colégio Bandeirantes.

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