São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 1997
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Bienal de HQ retorna após quatro anos

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Depois de uma interrupção de quatro anos, a Bienal Internacional de Quadrinhos abre hoje, em Belo Horizonte (MG), sua terceira edição, em uma promoção do Centro Nacional de Quadrinhos, Roteiro e Imagens, do Rio de Janeiro.
O evento, realizado no Rio em 1991 e 1993, foi encampado pela Prefeitura de Belo Horizonte, passando a fazer parte do calendário de comemorações do centenário da capital mineira.
A principal atração da abertura oficial acontece hoje, às 22h, só para convidados, com a apresentação da banda "Les Hommes du Président", formada por quatro desenhistas franceses e dois músicos profissionais.
Para o público, a Bienal será aberta amanhã na Serraria Souza Pinto e em outros locais da capital mineira.
A banda "Les Hommes du Président" faz mais uma apresentação no sábado, às 16h, no Centro Cultural Alto Vera Cruz (zona leste de Belo Horizonte).
Aumento de custos
Ao todo, serão mais de 20 mil metros quadrados de exposições, estandes de editoras especializadas, oficinas e locais de conferências e debates.
Com a mudança de cidade, segundo os organizadores, houve um aumento de custos com passagens e hospedagem, mas, mesmo assim, o número de convidados internacionais aumentou de 18, em 1993, para 20, este ano.
Os principais homenageados serão o norte-americano Joe Kubert, escolhido o melhor desenhista da 2ª Bienal, e o mineiro Ziraldo, criador do Menino Maluquinho e da Turma do Pererê.
Informática
Nesses quatro anos sem Bienal, a informática e o vídeo, entre outros meios de expressão, aumentaram sua presença no mundo das histórias em quadrinhos, e a atual edição do evento reflete essa tendência em pelo menos duas exposições inéditas.
O autor François Schuiten (Bélgica) explora novas possibilidades para seu desenho na mostra "Das Histórias em Quadrinhos ao Multimídia", enquanto o alemão Harmut Zãnder prefere o mundo virtual da Internet às páginas dos gibis.
Temas já conhecidos, como os super-heróis e a relação entre os quadrinhos e o rock, reafirmam na Bienal deste ano a sua influência sobre desenhistas novos e veteranos.
Nomes como Will Eisner (Estados Unidos) e Jano (França), que já vieram antes ao Brasil, retornam trazendo seus trabalhos mais recentes.
Outra corrente em voga nos quadrinhos norte-americanos dos anos 90 é a autobiografia.
Robert Crumb foi um dos precursores desta tendência em que se destaca atualmente Joe Sacco, natural de Malta, no mar Mediterrâneo, e radicado nos Estados Unidos.
Sacco, cuja presença foi confirmada pelos organizadores, descreve em quadrinhos ricos de detalhes suas viagens pelos territórios ocupados por Israel na Cisjordânia e as condições de vida dos palestinos.

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