São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997 |
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Novela legitima 'arrancada' da Lusa FÁBIO SEIXAS FÁBIO SEIXAS; RENATO FRANZINI
e RENATO FRANZINI Um imigrante português que assiste aos jogos da Lusa comendo tremoços e comemora os gols dançando "O Vira" acabou se tornando o mais novo "garoto-propaganda" do clube paulista. O personagem Américo Abreu, da novela das 18h da Rede Globo, "Anjo Mau", legitima o crescimento que a Lusa vem alcançando na mídia desde a boa campanha do ano passado, quando chegou a vice no Campeonato Brasileiro. Vivido pelo ator Sérgio Viotti, 70, Américo é um fanático pelo time. Em suas cenas, aparece frequentemente sentado no sofá com a camisa da Lusa, garrafa de cerveja ao lado, vendo partidas pela TV. A criação do personagem caracteriza também a inclusão da Lusa na relação dos grandes clubes brasileiros, pelo menos para o núcleo de teledramaturgia da Globo. No passado, eram personagens ligados ao Corinthians e Flamengo que integravam novelas da emissora (leia texto abaixo). "A novela reforça a idéia de que temos um produto bom", disse o publicitário Orlando Cordeiro de Barros, 35, vice-presidente de marketing da Lusa. "A autora não colocaria no enredo um personagem desagregador." Segundo pesquisa feita por Barros, a exposição da Lusa nos meios de comunicação já cresceu 70% neste ano quando comparada a 96. "Esse número deve aumentar caso o time se classifique para o octogonal do Brasileiro", disse. Hoje, a equipe está em terceiro lugar no campeonato, com grandes chances de classificação. A "explosão", porém, só veio este ano, causando a rendição até da economia informal. "Hoje em dia, os camelôs vendem camisas da Lusa, o que era inimaginável há alguns anos." Entre 94 e 95, a exposição da Lusa cresceu 20%. Em 96, foi verificado um crescimento de 50% em relação ao ano anterior. Globais Maria Adelaide Amaral, 55, autora de "Anjo Mau", disse que Américo representa uma homenagem à comunidade portuguesa. "Não há uma razão de ordem objetiva. O personagem é português. Com ele, estamos homenageando toda a comunidade", afirmou Maria Adelaide, que nasceu em Ermezinde, Portugal. Vincent Villari, 19, seu auxiliar, disse que a "simpatia" da Lusa foi levada em conta. "Até mesmo pessoas que torcem para outros times gostam da Portuguesa", disse. Filho de um corintiano fanático, o paulistano Viotti diz que não tem time de coração, mas que se interessou pelo personagem. "A Lusa é um time familiar. De repente, ganhou o Brasil." Próximo Texto: Luca e Duda entraram para a história Índice |
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