São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 1997
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Corinthians procura refúgio em Minas

LUIZ CESAR PIMENTEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A depredação do ônibus corintiano após a derrota para o Santos, anteontem, forçou uma mudança de planejamento do time para os próximos jogos do Brasileiro.
A equipe, que treina hoje pela manhã, viaja à tarde para enfrentar o Cruzeiro, amanhã, em Belo Horizonte. Ao invés de retornar para São Paulo no domingo, como habitualmente é feito, os jogadores permanecerão concentrados e treinando para o próximo jogo em Minas Gerais.
Na próxima quarta-feira, o Corinthians enfrenta o Fluminense no Rio de Janeiro, cidade para a qual viaja na terça-feira.
"É uma estratégia para que possamos ter os jogadores mais próximos entre si e mais distantes das pressões externas", explica o gerente de futebol, Paulo Angioni.
Assim, o time evita situações constrangedoras como as ocorridas anteontem, quando torcedores cercaram o atacante Donizete e cobraram suas declarações de que teria interesse em se transferir para o Botafogo ou Flamengo em 98.
"Você acha que eu iria falar de Botafogo ou Flamengo em um momento desses? Agora, se meu procurador falou alguma coisa, isso é com ele", contornou o atleta.
A desavença de anteontem na rodovia dos Imigrantes ainda repercute no Parque São Jorge.
O chefe de segurança corintiano, Paulo Roberto Perondi, revelou ontem que, duas horas após a depredação do ônibus, o presidente da Gaviões da Fiel, Douglas Deungaro, esteve no Parque São Jorge com outros cinco integrantes da torcida e ironizou a situação.
"Gostaram do susto? Agora vai resolver?", teria dito Deungaro, segundo Perondi.
"Você ajuda os caras e eles fazem uma emboscada. Me revolta a presença dele como presidente da Gaviões", completou Perondi.
Ele disse que o número de seguranças para os jogos deverá ser dobrado, passando de 10 para 20.
As manifestações da Gaviões da Fiel, no entanto, continuarão. Uma já tem até data marcada. Será no dia 1º de novembro, quando o Corinthians enfrenta o Sport no estádio do Morumbi.
Os torcedores ficarão à porta do estádio, com batucada, orientando os corintianos a não entrarem em represália à situação do time.
Sobre a punição de 10% dos salários de Rincón e Mirandinha, que brigaram após a partida contra o Santos, Paulo Angioni foi enfático.
"Eles não argumentaram e se mostraram arrependidos. Contra fatos não há argumentos."
Rincón ficou revoltado com a expulsão de Mirandinha, que pisou intencionalmente no zagueiro santista Jean.
"O erro tem que ser cobrado. Eu errei", reconheceu Rincón, que disse ainda não ter falado com Mirandinha após a briga.

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