São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997
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Sé terá fiscalização anticamelô 24 horas

RENATO KRAUSZ

RENATO KRAUSZ; DANIEL NASCIMENTO DE CASTRO; CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Guarda Civil Metropolitana de SP vai manter 180 homens para impedir a volta das barracas, retiradas anteontem

A Guarda Civil Metropolitana vai manter 180 homens durante 24 horas por dia na praça da Sé por tempo indeterminado, para impedir que os ambulantes voltem a instalar suas barracas no local.
Na operação de retirada dos camelôs, anteontem à noite, participaram 500 homens da guarda.
A Administração Regional da Sé instalou ontem seis guaritas na praça para manter uma fiscalização permanente da GCM.
Segundo o coronel Emilio Wagner Jorge Kourrouski, comandante da GCM, o efetivo de 180 homens vai ser reduzido aos poucos, na medida em que o risco de os ambulantes voltarem à praça for diminuindo.
Na operação de retirada dos camelôs da avenida Paulista, em 21 de julho, foram usados 400 GCMs.
"Aos poucos o efetivo foi sendo reduzido. Hoje, temos na Paulista 60 homens de dia e 25 à noite", afirmou o coronel.
O bloqueio à praça da Sé contará com apoio da Polícia Militar. Ontem, cerca de 200 PMs (sendo 80 da tropa de choque) fizeram o policiamento preventivo da região.
"Vamos manter policiais no local enquanto houver necessidade", declarou Gérson Rezende, comandante da PM na região central.
Mudança
A Administração Regional da Sé transferiu anteontem as bancas de camelôs da praça da Sé para para uma área próxima à estação Brás do metrô.
Um projeto maior pretende transferir todos os 6.700 ambulantes da região central da cidade para 15 bolsões, conhecidos como "camelódromos" (leia texto abaixo).
Os ambulantes não aceitam a idéia, alegando que os bolsões são isolados e que não há vagas para todos. Eles exigem o direito de voltar a trabalhar na praça da Sé.
"Vamos ver até quando eles (GCMs) aguentam manter a praça cercada", afirmou Neo Marques, presidente da Atasp (Associação dos Trabalhadores Ambulantes de São Paulo).
Segundo Marques, a Atesp tem um projeto elaborado por dois arquitetos para se criar um comércio 24 horas na praça.
"Na Sé iria ter toda uma infra-estrutura montada com posto médico, segurança particular e limpeza. Não seriam instaladas barracas, e sim quiosques", disse.
Segundo Marques, a associação pretende negociar com a prefeitura a volta dos ambulantes à praça.
"Vamos fazer manifestações até que eles concordem em nos ouvir", disse Marques. Segundo ele, os ambulantes vão fazer uma manifestação no dia 28 de outubro na avenida Paulista, em frente ao Masp.

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