São Paulo, sábado, 18 de outubro de 1997 |
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Milagre Milagre JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Mas não foi desleal, também, o canadense tentar segurar Schumacher? A falta de ética deve se resumir aos duelistas? Mais uma vez, a F-1 discute o que é ético e o que não é. Pior, gera uma grande expectativa, a maior das últimas temporadas, para uma disputa que pode acabar na primeira curva de Jerez de La Frontera. Queira ou não, é exatamente isso, o risco de Villeneuve e Schumacher se pegarem na pista ou fora dela, que está fazendo o público prestar atenção neste Mundial. Aguarda-se uma repetição, mesmo que fajuta, das históricas finais entre Prost e Senna, no Japão, da inominável estupidez de Hill, na Austrália, do dedo em riste de Schumacher desafiando o rival inglês em Silverstone. É fato. Espera-se que aquela certeira dose de sacanagem, necessária em qualquer esporte, faça a sua parte. Como a vingativa cotovelada desferida por Pelé na Copa de 70. Como o gol de mão de Maradona em 86. O único problema é que os limites dessa ética esportiva são permissivos até certo ponto. Podem render boas discussões etílicas, mas podem, também, provocar revolta. No último fim-de-semana, a dose ferrarista pareceu perfeita, a ponto de ofuscar a confusão armada pelos comissários. As queixas de Villeneuve soaram pífias. Houve espaço apenas para a ressurreição do sonho ferrarista. Para a decisão, embalado pela perda dos pontos, o canadense já capitaliza a indignação por um hipotético incidente. Schumacher, claro, fará o que for necessário. O desafio de Villeneuve será mostrar que esse "necessário" é injustificável. Texto Anterior: No papel, um timão; na prática, um papelão Próximo Texto: Debutante; Outro título; Racing Day Índice |
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