São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Pressão de perueiros é criticada em encontro sobre violência

Expositores reprovam manifestação de motorista e camelôs

DA REPORTAGEM LOCAL

A pressão de perueiros e camelôs por seus interesses, ocorrida na semana passada, foi criticada no último sábado por dois participantes do 2º Encontro Paulistano sobre Violência, Dever e Direito do Cidadão.
O evento aconteceu das 9h às 19h no ginásio de tênis do estádio municipal do Pacaembu (zona noroeste de São Paulo).
"Assistimos a uma completa inversão de valores, de desrespeito à lei", disse o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Nelo Rodolfo, referindo-se à manifestação -sem violência- de perueiros em frente à Câmara, na última quinta-feira, pela não-aprovação do decreto que susta a autorização dessa atividade.
"Outro desafio à lei aconteceu na praça da Sé, quando camelôs resistiram em sair, conforme determinação da prefeitura. Isso acabou tolhendo o trabalho da PM", afirmou o chefe de gabinete da Secretaria das Administrações Regionais, Fabio Bellucci.
Questionado pelo editor interino de Cidades da Folha, Luiz Rivoiro, um dos debatedores, se a PM estaria preparada para enfrentar uma possível reação dos camelôs -uma vez que a PM falhou em operações desse tipo este ano, como a de retirada dos invasores da fazenda da Juta, por exemplo- , o coronel Roberto Lemes da Silva, do Comando de Policiamento Metropolitano, outro debatedor, disse que sim e que a segurança na praça da Sé seria reforçada hoje, para evitar a volta de ambulantes.
O arquiteto Ciro Pirondi sustentou que a violência em grandes cidades deve ser combatida a partir de um "novo desenho da metrópole". Para ele, devem ser criados escritórios de urbanismo com objetivo de estudar uma melhor ocupação dos espaços públicos.
Como forma de combater a criminalidade em São Paulo, o chefe do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), Marco Antonio Desgualdo, defendeu o desarmamento da população.
No encontro esteve presente Iolanda Keiko Ota, mãe do estudante Ives Ota, 8, sequestrado e assassinado em agosto. Ela entregou aos participantes abaixo-assinado para reformulação do Código Penal.

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