São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Brinde de CD embala setor fonográfico

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1993, a utilização do CD como peça de marketing não chegava a 5 unidades em cada 100. O salto foi constatado após o Plano Real, que permitiu a um número maior de consumidores ter acesso ao CD Player (toca-discos a laser).
Considerados pelas gravadoras um mercado paralelo com grande potencial de crescimento, os CDs destinados para brindes ou para promoção de empresas devem atingir o total 24 milhões de unidades neste ano.
E não é pouco. A venda das gravadoras está estimada em 104,33 milhões de CDs neste ano, informa a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). Os CDs promocionais representam 23%.
Para a BMG Brasil, as encomendas de CDs para promoção cresceram 60% neste ano, em comparação com as do ano passado. Esses CDs já correspondem a algo entre 8% e 10% da produção da gravadora, informa Carlos Lemos, gerente de marketing estratégico. Segundo ele, esse percentual não passava de 5% no ano passado. Depois do Real, diz, aumentou tanto a procura por CD para brinde que a BMG decidiu criar um departamento para atender a esse filão. A concorrente Polygram do Brasil informa que os pedidos do mercado paralelo aumentaram 50%, entre o ano passado e este ano. Os CDs promocionais participam com 2% a 3% da produção.
"Isso vai crescer muito mais. As empresas estão começando agora a descobrir esse filão como estratégia para alavancar as vendas", diz Jorge Lopes, diretor da Polygram. Mas não é somente esse mercado paralelo que está animando as gravadoras. As vendas de CDs, dizem, não param de crescer. Após três anos de Plano Real, o mercado fonográfico é considerado um dos poucos que não arrefeceram.
Vendas
A venda de 104,33 milhões de unidades prevista para este ano representa um aumento de 10% sobre as de 1996 e de 135,8% sobre as de 1993. Pelos cálculos da ABPD, o mercado fonográfico brasileiro deve crescer mais 7% em 1998, quase o dobro do crescimento mundial, de 4% ao ano, em média. A principal explicação das gravadoras para o bom ritmo de vendas de CDs é o fato de a estabilização da economia ter possibilitado a um grupo maior de consumidores a compra de toca-discos a laser.
Números dos próprios fabricantes desses aparelhos mostram que, no ano passado, foram comercializados 3,8 milhões de aparelhos de áudio com CD Player, ou seja, um aumento de 40,7% sobre 1995 e de 533,3% sobre 1993. De 1993 para 1994, o mercado dobrou de 600 mil para 1,2 milhão de aparelhos. E em 1995 houve um salto de mais 125%.
Esse aumento na venda de aparelhos explica, em parte, o fato de o Brasil ter conquistado, no ano passado, a sexta colocação no ranking mundial do mercado fonográfico, segundo a Federação Internacional dos Produtores Fonográficos.
O Brasil movimentou, em 1996, US$ 874,25 milhões -um faturamento 31,7% maior do que o de 1995, segundo a ABPD.
A expectativa da associação para este ano é que o mercado fonográfico chegue a US$ 961,7 milhões e ultrapasse a marca de US$ 1 bilhão no ano que vem.

LEIA MAIS sobre a indústria fonográfica na pág. 2-5

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