São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997 |
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Brasileiro-97 agora volta a olhar para rebaixamento
DA REPORTAGEM LOCAL O rebaixamento, assunto que marcou a abertura do Campeonato Brasileiro de 97, volta a ser o centro das atenções a quatro rodadas do final da primeira fase da competição.Caso seja cumprido o regulamento, quatro equipes serão rebaixadas para a segunda divisão do torneio no próximo ano. A rodada do fim-de-semana abriu definitivamente a temporada de desespero entre esses clubes, que correspondem a 46% do total de participantes. Também enxugou o número de integrantes do bloco intermediário que ainda alimentavam esperanças de obter uma das oito vagas para as semifinais. Agora, a luta pela classificação envolve bem menos equipes que a pelo rebaixamento, já que seis vagas estão praticamente asseguradas e apenas quatro times ainda podem lutar pelas duas restantes. Ironia Às vésperas do início do Brasileiro-97, uma manobra da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) reconduziu Fluminense e Bragantino, que haviam sido rebaixados em 96, à divisão de elite do futebol nacional. Como não houve queda, a entidade definiu que o número de rebaixados deveria dobrar este ano. Ironicamente, Fluminense e Bragantino repetem a péssima campanha do ano passado e estão entre os que têm mais chance de cair. Mas não são apenas as duas equipes que poderão ser rebaixadas pela segunda vez consecutiva no Campeonato Brasileiro. O União São João caiu para a segunda divisão em 95 e conseguiu, com a conquista da Série B de 96, ascender à Série A. Agora está isolado na última colocação da tabela, com 14 pontos em 22 jogos. Derrocada paulista Se o torneio terminasse hoje, três dos quatro times rebaixados seriam paulistas -o próprio União São João, Guarani (18 pontos), e Bragantino (23). Além do frágil retrospecto que apresentam na competição, os três têm em comum o fato de virem do interior do Estado -Araras, Campinas e Bragança Paulista, respectivamente. Dois "grandes" clubes paulistas da capital, porém, ainda correm o risco de disputar a segunda divisão no ano que vem. O São Paulo, que empatou em 0 a 0 com o Coritiba, ontem à tarde, no Morumbi, está em 17º lugar (26 pontos), e o Corinthians, derrotado no sábado à tarde em Belo Horizonte pelo Cruzeiro, soma 23 pontos e se encontra na 22º. Os dois têm igual número de pontos perdidos no torneio, já que o São Paulo disputou um jogo a mais (22 contra 21). Atual campeão paulista e um dos times que mais investiram para o Brasileiro, o Corinthians vive crise semelhante à de 1987, quando ficou em último lugar na Copa União -que correspondia à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Só não caiu porque naquele ano não houve rebaixamento. Mas a torcida corintiana, revoltada com a campanha, apedrejou um ônibus do clube e ameaçou os jogadores. Embora o rebaixamento da equipe de Joel Santana este ano não esteja consumado, a insurreição dos torcedores é semelhante. Na madrugada da última quarta-feira, quando retornava de Santos, onde a equipe havia sido derrotada pelo time da casa, o ônibus do Corinthians foi atacado por integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel. Prevendo o impacto que um possível rebaixamento poderia ter sobre o grupo, o Corinthians irá contratar um psicólogo para aliviar a sobrecarga emocional dos seus jogadores. Classificados Após a rodada do fim-de-semana, duas equipes asseguraram matematicamente a classificação. O Vasco (45 pontos), que derrotou o Botafogo por 1 a 0; e o Internacional (42), que não jogou. Quatro times praticamente garantiram a vaga: O Atlético-MG (41 pontos), que goleou o União São João por 5 a 3; a Lusa (40), que empatou em 0 a 0 com o Juventude; o Flamengo (35), que empatou em 0 a 0 com o Palmeiras, e o Santos (34), que empatou com o Atlético-PR (1 a 1). Apenas quatro equipes parecem lutar com chances pelas duas vagas restantes: Palmeiras (32 pontos), Vitória (32), Juventude (31) e América-RN (30). LEIA MAIS sobre a rodada do Brasileiro das págs. 4-2 a 4-5 Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: O CAMINHO DA DEGOLA Índice |
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