São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 1997
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Charuteiros mostram sua arte

SUZANA BARELLI
DA ENVIADA ESPECIAL

Eles fugiram de Cuba nos últimos 20 anos e trouxeram na bagagem a técnica de como fazer um bom charuto. Afinal, na terra de Fidel Castro, a arte de enrolar o fumo passa de pai para filho há muitas e muitas gerações.
Em Little Havana, o bairro cubano de Miami, há várias charutarias. São locais simples, formados basicamente por balcões -onde são feitos os charutos- e um local para venda do produto. Ao fundo, fica a gerência.
Na linha de produção, só são empregados cubanos, que chegam a fazer, cada um, entre 150 e 200 charutos por dia. Na charutaria La Gloria, por exemplo, 12 pessoas trabalham oito horas por dia.
O rádio fica ligado numa estação de música caribenha. Na parede, recortes de jornal mostram notícias do país natal dos funcionários e matérias publicadas em jornais (muitos latino-americanos) sobre Little Havana.
Lilian Pardo, 58 anos, três filhos e sete netos, aprendeu a arte há mais de 30 anos, ainda em Cuba. Hoje, trabalha oito horas por dia, de segunda a sábado, e diz ganhar US$ 2.000 mensais.
"Vim para cá porque o Fidel está vivo. Já voltei umas dez vezes, sempre para ver a família. Mas não quero morar em Cuba", afirma.
Gustavo Vieyto, 39, deixou a família em Cuba há 12 anos para tentar a sorte em Miami.
"Eles gostam da gente porque sabemos trabalhar com o charuto", diz, mostrando suas habilidades manuais com um instrumento cortante, que dá a forma na folha que envolve o fumo.
Simpático, Vieyto até tenta ensinar aos turistas a arte de fazer um bom charuto. Mas desiste facilmente. "Você pode se cortar", desculpa-se.
E para aqueles que têm vergonha ou ficam inibidos de entrar na pequena fábrica, uma grande janela de vidro permite acompanhar o trabalho dos funcionários, que sempre acenam com sorrisos.
Há charutos para todos os gostos e bolsos. A caixa com 25 unidades da marca Paneletas custa US$ 65. A unidade sai por US$ 2,60. O badalado Double Corona tipo Crown Imperial sai por US$ 52,50 a caixa com apenas dez unidades, ou US$ 5,25 a unidade.
Os catálogos com os preços são publicados tanto em inglês quanto em espanhol.
Comida
Um capítulo à parte são os restaurantes no bairro cubano da cidade. Não muito caros, eles oferecem alguns exemplos da melhor comida latino-americana.
Para além dos restaurantes, lojas e mercados mostram maravilhas da culinária caribenha.
(SB)

La Gloria - 1.106 Southwest 8th Street, tel. (001-305) 858-4162

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