São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 1997
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RS vende estatais do setor elétrico com ágio recorde

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

As companhias de distribuição de energia elétrica Norte-Nordeste e Centro-Oeste, privatizadas ontem pelo governo do Rio Grande do Sul, foram arrematadas com ágio de 82,62% e 93,55%, respectivamente.
O governo gaúcho conseguiu levantar R$ 3,145 bilhões (US$ 2,86 bilhões) com as vendas. Os vencedores dos leilões, realizados por meio de envelopes fechados, farão o pagamento em moeda corrente na próxima segunda-feira.
Foram os maiores ágios em uma privatização no setor elétrico. Até então, o maior havia sido na venda da Coelba, em julho, de 77,38%.
A Companhia Norte-Nordeste de Distribuição de Energia Elétrica, que tinha preço mínimo de R$ 895,2 milhões, foi comprada por R$ 1,635 bilhão pelo consórcio formado pela VBC Energia (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), Previ (fundo dos funcionários do Banco do Brasil) e a empresa norte-americana Community Energy Alternatives.
A Companhia Centro-Oeste, cujo preço mínimo era de R$ 780,1 milhões, foi adquirida por R$ 1,510 bilhão pela operadora AES Corporation, dos EUA, representada pela corretora Brascan.
Os leilões foram o maior negócio já realizado pela Bolsa de Valores do Extremo Sul, em 66 anos.
A venda de 519,6 milhões de ações ordinárias da Norte-Nordeste (90,75% do capital votante) e de 487,5 milhões de ações ordinárias da Centro-Oeste (90,91%) significa a privatização parcial da CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), a maior estatal gaúcha.
Os U$$ 2,86 bilhões obtidos na venda deste pedaço da CEEE são inferiores apenas aos US$ 3,13 bilhões levantados na primeira fase do leilão de venda da Companhia Vale do Rio Doce, em maio.
O secretário de Minas, Energia e Comunicações, Assis Roberto de Souza, disse que o dinheiro da Centro-Oeste será usado para abater dívidas da CEEE e equilibrar as empresas remanescentes da estatal, nas áreas de geração hídrica e transmissão, além da empresa de distribuição Sul-Sudeste, que permanece sob o controle do Estado.
Os recursos obtidos com a Norte-Nordeste serão destinados, segundo o governo, para obras de infra-estrutura, saúde, educação e atração de novos investimentos estratégicos.
A Norte-Nordeste atende a uma área com 261 municípios e 839 mil consumidores, e a Centro-Oeste abrange 122 cidades e 804 mil consumidores.

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