São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Porta-voz contesta reportagem da Folha

Dados seriam superestimados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário de Comunicação Social da Presidência, Sergio Amaral, contestou reportagem publicada ontem pela Folha que revela aumento de 39% nos gastos do governo com publicidade em 1997.
Segundo Amaral, os dados apresentados na reportagem relativos a 1996 foram subestimados e os de 1997, superestimados.
"A reportagem fala em R$ 354 milhões em 1996, quando o total chegou a quase R$ 400 milhões. E erra ao citar 1997, quando aponta gastos de R$ 491 milhões. O ano não fechou ainda, portanto não se pode dizer o que foi gasto", disse.
Amaral reconheceu que os gastos podem registrar elevação em relação ao ano passado. "Mas nunca, nunca na ordem de 39%."
Amaral disse que os gastos apontados pela reportagem dificilmente podem ser considerados propaganda política. Ele argumentou que R$ 100 milhões foram para propaganda mercadológica (para produtos das estatais), R$ 80 milhões para patrocínios e outros R$ 30 milhões para publicidade legal.
"Sobrou, como publicidade institucional (propaganda de caráter político, para vender uma idéia ou projeto), algo em torno de R$ 90 milhões", disse Amaral.
Resposta
Na terça-feira passada, por telefone, Sérgio Amaral confirmou à reportagem da Folha que os gastos com publicidade em 96 ficaram "em torno de R$ 354 milhões".
A reportagem argumentou que, segundo tabela obtida com membro do governo e confirmada por seis agências de publicidade contratadas, os gastos relativos a publicidade de ministérios e estatais chegam a R$ 491 milhões. "Pode ser, mas o ano ainda não fechou", desconversou Amaral.
Os seis publicitários consultados pela Folha confirmam os números obtidos pelo jornal. Ressalvam, porém, que o governo pode deixar parte do pagamento para 1998.

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