São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Falta de luz prorroga ano letivo no AM

ALTINO MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Secretaria da Educação do Amazonas decidiu prorrogar o ano letivo na rede de ensino de Manaus até o fim de janeiro de 98 devido ao racionamento de energia que atinge a cidade.
No mais rigoroso racionamento de sua história, iniciado há uma semana, Manaus tem as zonas residenciais sem luz seis horas por dia. Comércio e indústrias ficam no escuro três horas diárias.
O balneário da Ponta Negra, onde fica o Hotel Tropical, ficou fora do racionamento para evitar, segundo o superintendente da Eletronorte, Eli Paixão, um "efeito devastador" na imagem de Manaus como cidade turística. A sede da Eletronorte também fica fora dos cortes.
O privilégio inclui ainda um condomínio de mansões e os apartamentos do edifício Aruba, de alto padrão.
Terão o ano letivo prorrogado 466 mil alunos das redes pública e privada. "A cidade sem luz é a expressão do caos", disse o secretário estadual da Educação, José Melo Oliveira.
Alguns colégios deixam de funcionar por até dois dos três turnos diariamente devido aos cortes de energia.
Por recomendação da secretaria, os diretores das 182 escolas estaduais na cidade liberam os alunos diariamente quando falta luz no colégio.
À noite, as aulas tornam-se impossíveis sem luz, prejudicando 95.651 alunos.
O secretário informou que o ano letivo do Amazonas, atualmente com 183 dias, seria ampliado para 200 dias a partir de 1998 por exigência da Lei de Diretrizes e Bases -intenção agora comprometida.
O sistema O fornecimento de luz em Manaus vem sofrendo interrupções há mais de três meses. Na semana passada, a Eletronorte estabeleceu o racionamento, com todas as partes da cidade ficando sem luz uma vez a cada 24 horas.
As indústrias ficam sem luz das 19h às 22h. No comércio, as interrupções ocorrem em dois períodos: das 7h às 10h e das 22h à 1h. Nas zonas residenciais, são seis horas diárias a qualquer momento.
Diante da gravidade da situação, começaram os protestos na cidade. Moradores da zona leste da cidade interditaram anteontem a avenida Grande Circular, que dá acesso ao Distrito Industrial da Zona Franca e aos bairros mais populosos da cidade para protestar contra a falta de luz e água.

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