São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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Não dá para legalizar clandestinos, diz Pitta
BETINA BERNARDES
"Temos o (perueiro) clandestino que foi legalizado, agora temos o clandestino que quer ser legalizado e isso é um processo sem fim se não estabelecermos um limite. De repente nós legalizamos mais esses outros clandestinos, aí vem um terceiro nível deles", afirmou. Pitta disse que não vai discutir o mérito da legalidade do decreto legislativo que colocou os perueiros na ilegalidade. "Não entro no mérito, primeiro porque não foi oficializado ainda. É necessário que seja publicado no 'Diário Oficial do Município', fato que o presidente da Câmara Municipal nos garantiu que ocorreria no prazo de dez dias", afirmou. "Isso seria suficiente inclusive para que o substitutivo tivesse sido votado e aprovado de forma a não ter nenhum trauma para aqueles operadores que já estão no trabalho das peruas e vans." Bom senso Para Pitta, o projeto de lei substitutivo que mantém na legalidade a frota de 2.700 perueiros atualmente legalizada pela prefeitura é "ponderado e de bom senso", uma vez que esses operadores já estavam licenciados com base na legislação anterior. Segundo o prefeito, a frota de ônibus da cidade é superior a 11 mil veículos, "provavelmente a maior do mundo", e há ainda os operadores de vans licenciados. "Não há espaço, de repente não é uma situação de liberou geral que qualquer um pode pegar uma Kombi e sair por aí prestando serviço. Temos que manter a organização do transporte público dentro dos interesses da população e dentro de uma perspectiva de continuidade", afirmou. "Muitos desses operadores são de ocasião, aquele sujeito que tem a Kombi, a utiliza para determinado serviço, se aproveita e faz um bico levando um grupo de passageiros para lá e para cá, isso não nos interessa", disse o prefeito. A prefeitura deve, segundo ele, compatibilizar o sistema de transporte dos perueiros com os de ônibus convencional, metrô e, no futuro, com o fura-fila. "O microônibus entra no espaço entre o trabalho do perueiro e o trabalho do ônibus, ele não ocupa o espaço do operador de van, ao contrário, ele vai procurar retirar aqueles automóveis particulares dessa rotina diária que congestiona São Paulo", afirmou o prefeito. Segundo Pitta, houve uma perda de 20% do número de passageiros transportados. Parte teria migrado para as vans e Kombis e parte para o carro particular. "O que queremos trazer de volta com o microônibus é o passageiro que passou a usar o carro particular no lugar do ônibus. Damos um serviço melhor, com conforto e qualidade, que justifique sua opção pelo transporte público." Texto Anterior: Motorista diz defender classe Próximo Texto: Prefeito pede liberação de verbas a área econômica Índice |
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