São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Eletronorte culpa El Niño e demanda maior

ALTINO MACHADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O superintendente regional da Eletronorte (Centrais Elétricas Norte do Brasil S.A.), Ely Paixão, afirmou à Agência Folha que a empresa optou pelo racionamento de energia por causa do fenômeno El Niño, do crescimento inesperado da demanda e da precariedade do sistema gerador.
A diretoria da Eletronorte está diariamente pedindo desculpas nos meios de comunicação pelos transtornos causados pela falta de energia elétrica. Os problemas já duram três meses e agravaram-se na semana passada.
Quando se refere ao fenômeno El Niño, Paixão fala basicamente da forte estiagem que atingiu a região este ano, causando a redução do volume de água no lago da hidrelétrica de Balbina, que fornece a energia para a cidade.
A direção da empresa espera que, até o final de novembro, as chuvas voltem a crescer em intensidade na Amazônia. "Esperamos que o racionamento termine em novembro, quando deve voltar a chover na região", disse Paixão.
A Eletronorte se disse também surpreendida pelo alto crescimento da demanda de energia em Manaus. Em janeiro de 1996, a demanda diária de energia na cidade era de 350 megawatts. O uso de energia elétrica local cresceu 130 megawatts diários em 18 meses, chegando, em agosto passado, a 480 megawatts, ou seja, 37% a mais do que a potência instalada.
A diretoria da Eletronorte anunciou que, até 15 de janeiro, a capacidade de geração do sistema deve ser de 870 megawatts, quase três vezes mais do que a capacidade instalada agora. Serão 27 máquinas produzindo, contra apenas 12 unidades termelétricas que estavam em operação no ano passado.
A empresa anuncia a contratação de dois produtores independentes de energia que estão se instalando em Manaus. Juntos, eles irão produzir 320 megawatts, o que seria mais que o dobro da atual produção de Balbina.
Está previsto que a primeira usina desses produtores privados entre em operação em meados de novembro, produzindo 50 megawatts. No final de novembro, uma nova termelétrica, de 50 megawatts, em dezembro uma, de 120 megawatts, e, a partir de janeiro outra, de 100 megawatts, solucionariam o problema.
(AM)

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