São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Brasileiro prefere cerveja 'leve' e 'suave'

SÉRGIO LÍRIO
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO

SÉRGIO LÍRIO; CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O gosto dos brasileiros por cervejas está mudando: baseadas em pesquisas feitas com consumidores, os principais fabricantes da bebida no país apostam no aumento do consumo de cervejas mais leves, mais suaves -e mais baratas.
Esse esforço é interpretado por especialistas em marketing como uma tentativa de recuperação das vendas da cerveja, que, depois de crescerem aceleradamente em 1994 e 1995, mantiveram-se estáveis no ano passado, em volume.
Inicialmente, a disputa entre as novas cervejas vai se concentrar no Estado de São Paulo e em algumas cidades como Rio e Belo Horizonte.
A Kaiser, terceira colocada no ranking brasileiro das cervejarias, é também a terceira empresa a investir firmemente nesse segmento. Está anunciando o lançamento da Kaiser Light, produto no qual foram aplicados R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões em divulgação, segundo seu vice-presidente de marketing, Cristiano Ramos.
O aumento na demanda por cervejas mais leves segue uma tendência já observada há anos nos Estados Unidos, onde esse tipo de bebida detém 40% do mercado de cervejas. Os planos da Kaiser são de conseguir 1% das vendas totais de cervejas no país para sua cerveja light no prazo de um ano.
As duas maiores competidoras da Kaiser -Brahma e Antarctica, as duas maiores cervejarias do país- entraram na disputa pelo mercado de cerveja light no mês passado.
A Brahma não lançou um produto novo, mas está retomando, pela terceira vez, um esforço de venda da Brahma Light -produto que estava fora da mídia há pouco mais de três anos. A empresa não divulga quanto está investindo nessa cerveja mais suave. O total de gastos com marketing neste ano deve chegar a R$ 200 milhões.
Segundo Danilo Palmer, diretor financeiro e de relações com o mercado da Brahma, a expectativa da empresa é crescer 5% em volume de vendas neste ano. Em 1996, seu faturamento foi de R$ 4,8 bilhões.
Preços menores
A Antarctica considera que já está se comprovando acertada sua decisão de lançar uma segunda marca de cerveja, a Bavaria. Em setembro, primeiro mês de distribuição da Bavaria no Estado de São Paulo, as vendas somaram 1,7 milhão de dúzias de garrafas, acima da previsão inicial de 1,5 milhão, informa Carlos Alberto Poletini.
A estratégia da Antarctica -a cervejaria que mais perdeu participação de mercado nesta década- foi apostar em uma cerveja cujo preço foi, é e será fixado sempre 10% abaixo dos preços cobrados pelos concorrentes, especificamente Kaiser e Skol (a segunda marca da Brahma).
"A Bavaria foi criada pelos concorrentes. A Kaiser e a Skol ganharam mercado com uma política de preços, que a Antarctica não conseguia acompanhar.

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