São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Scheidt, 24, é o mais jovem tri na Laser

LUÍS CURRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro Robert Scheidt, 24, conquistou ontem, na baía de Algarrobo (Chile), o tricampeonato mundial da classe Laser, uma das categorias do iatismo.
O título faz do paulistano Scheidt o mais jovem tricampeão em sua categoria. Ele iguala, em número de conquistas, o recorde do australiano Glenn Bourke, campeão entre 1989 e 1991.
Bourke, ao conquistar seu primeiro Mundial, tinha 25 anos.
Além da conquista neste ano, o brasileiro venceu o Campeonato Mundial em 95 e em 96.
"Foi um título muito importante, mas não chega aos pés do ouro olímpico (ganho em Atlanta-96), que tem um gostinho muito melhor. É de quatro em quatro anos, o hino brasileiro tocando. É mais emocionante", disse Scheidt, por telefone, à Folha, de Algarrobo.
Regularidade
Scheidt creditou a conquista à sua performance "regular" no campeonato. "No começo, tive resultados constantes, sempre entre os cinco primeiros. Meus adversários tiveram pelo menos uma regata ruim, chegando em vigésimo ou trigésimo lugar."
Com isso, explicou ele, teve condições de arriscar mais no último dia. "Não fiquei preocupado em, por exemplo, queimar a largada. Arrisquei e consegui ficar do lado esquerdo, favorecido pelo vento e pela correnteza."
Para sagrar-se tricampeão, Scheidt precisava de apenas um quarto lugar em uma das duas últimas regatas.
Na primeira delas, obteve a segunda posição, o que lhe assegurou o ouro. Na regata final, conseguiu o primeiro lugar.
"Meu preparo físico também me ajudou. Foram muitas regatas, praticamente ficávamos cinco ou seis horas por dia na água. Senti que os outros estavam mais cansados", acrescentou Scheidt.
Superioridade
Na classificação final, a superioridade de Scheidt neste campeonato em relação a seus adversários ficou visível.
O brasileiro teve 20 pontos perdidos. O neozelandês Nik Burfoot, vice-campeão, ficou com 32 pontos perdidos.
Neste ano, ele venceu seis das sete competições que disputou. Perdeu só o Campeonato Brasileiro, para o inglês Ben Ainslie, prata em Atlanta-96. "O que prova que não sou imbatível", afirmou ele.

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