São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997
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Em alta, Ponte Preta festeja má fase do Guarani

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

"Sabe qual a semelhança entre o Natal e o Guarani? Os dois caem em dezembro." A piada pode não ser muito precisa, porque, da forma como as coisas vão indo, o Guarani deve ser rebaixado da Série A do Brasileiro ainda em outubro, mas já é o maior sucesso entre os torcedores da Ponte Preta.
Além de comemorar a desgraça do rival, o ponte-pretano festeja a fase do time, uma das melhores desde que caiu da primeira divisão paulista.
A equipe disputa o quadrangular com o CRB, Náutico e Gama. Os dois primeiros passam para a fase decisiva da Série B, juntando-se aos dois mais bem colocados do outro grupo. Dos quatro finalistas, dois sobem para a Série A.
No estádio Moisés Lucarelli, o nome de Sérgio Carnielli, 51, que assumiu a presidência do clube em janeiro para um mandato de três anos, é citado como principal responsável pela nova fase do time.
Dono de uma empresa que fabrica armações de óculos, Carnielli tenta reestruturar a administração ponte-pretana, que teria ficado abalada pela passagem da família Chedid na direção do clube.
"Nosso presidente está tendo de tapar buracos", disse o diretor de futebol Marco Eberlin, 31. "Quando assumimos o futebol profissional, no início do ano, a Ponte era um time de aluguel. Para o Paulista, trouxemos 52 jogadores, quando deveríamos ter investido em pratas da casa."
Um dos objetivos da Ponte, agora, é justamente recuperar sua principal característica dos anos 70, a capacidade de formar jogadores. "Estamos começando a investir novamente nas categorias de base, que não podem ser deixadas de lado", afirmou o diretor.
"Nos últimos anos, não temos revelado quase ninguém. Isso tem de mudar." Eberlin cita o zagueiro André Cruz como o último grande valor revelado pelo clube. "Mais recentemente, só me lembro do César (zagueiro da Lusa)."
Para enfrentar os problemas financeiros da equipe, a Ponte Preta decidiu usar a criatividade.
Após ter atuado em todo o primeiro semestre e iniciado a Série B do Brasileiro sem patrocínio na camisa, o clube está aproveitando sua campanha no campeonato e a divulgação do evento pela TV para fechar contratos de curto prazo.
"Quando nossos jogos passam na Bandeirantes, a audiência chega a seis pontos na Grande São Paulo e a sete no Rio", disse o gerente de marketing Álvaro Carvalho Júnior.
Segundo ele, várias empresas já se mostram interessadas em colocar seu logotipo na camisa da Ponte, principalmente nos jogos que passam na TV.
Em dois jogos contra o XV de Piracicaba, por exemplo, a Generali Seguros divulgou seu nome patrocinando a equipe.

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