São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 1997 |
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China pode se tornar a potência do século 21 CINILIA GISONDI OMAKI CINILIA GISONDI OMAKI; MARIA ODETTE BRANCATELLI
Cobiçada e disputada no século 19, a China acabou subjugada pelas potências capitalistas, com guerras e tratados desiguais. Essa dominação gerou um sentimento nacionalista e antiimperialista, que desencadeou guerras civis e disputas pelo poder. Em 1949, Mao Tsé-tung liderou uma revolução popular, criando um modelo socialista independente. Em 66, desenvolveu-se um processo de consolidação do socialismo, com o objetivo de reafirmar a origem camponesa da revolução. Foi a Revolução Cultural, que mobilizou a sociedade em torno do culto à personalidade de Mao e da rigidez ideológica, orientada pelo "Livro Vermelho". Com a morte do líder em 76, iniciou-se a abertura econômica da China. Sob o governo de Deng Xiaoping, reformas encaminharam o país para a modernização agrícola, industrial, militar e tecnológica, possibilitando maior aproximação ao Ocidente, com portos livres e zonas econômicas especiais. O avanço da economia não foi acompanhado pela abertura política. Em 89, estudantes lideraram um movimento pela democratização do país, violentamente reprimido. A devolução de Hong Kong, em julho passado, é o primeiro passo para a reintegração dos chineses, a ser completada com Macau em 99 e, talvez, com a relutante Taiwan. A incorporação pacífica dessas sociedades capitalistas baseia-se na teoria de Deng: dois sistemas e um só país, com a introdução gradual do socialismo. Os índices de crescimento, o amplo mercado consumidor, a mão-de-obra abundante, a proximidade aos Tigres Asiáticos e o sucesso da integração territorial reforçam a idéia de que a China poderá ser a potência do século 21. Maria Odette Simão Brancatelli e Cinilia T. Gisondi Omaki são professoras de história do Colégio Bandeirantes. Texto Anterior: Terapia; Diplomacia; Indiana Jones; Profissões; Concorrência; Comércio exterior Próximo Texto: VEJA SE APRENDEU Índice |
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