São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Mostra" apresenta chapéu e sandálias

Para ACM, parlamentares interpretaram mal

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado encerra hoje a exposição "O Senado e os senadores", inaugurada há uma semana para divulgar o trabalho dos parlamentares, mas usada pelos expositores para acariciar o próprio ego.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), não gostou do resultado da exposição e irá vetar a repetição da experiência em 98.
Para ele, os senadores interpretaram mal os objetivos do evento.
Sandálias
O senador Gilvan Borges (PMDB-AP), por exemplo, expôs em seu estande seis pares de sandálias franciscanas surradas, uma pequena amostra dos 1.200 pares usados em sua caminhada política rumo a Brasília durante 24 anos.
"Se fosse expor só os meus discursos, o estande não iria ter graça nenhuma", afirmou Borges. "Por isso, resolvi dar um molho, mostrando um traço característico da indumentária que uso como senador."
Além das sandálias, Borges expôs também em seu estande sua própria imagem em uma pintura a óleo encomendada a um artista por R$ 600.
"Meu chefe de gabinete foi quem comprou o quadro", disse ele.
"Isso foi coisa do pessoal do meu gabinete", disse Epitácio Cafeteira (PPPB-MA), referindo-se à colocação no estande de um chapéu de boi-bumbá que usou na dança folclórica do Maranhão.
A Rádio e a TV Senado divulgaram ontem reportagem com o professor Rosalvo de Oliveira, que elogiou a exposição por facilitar o acompanhamento do trabalho dos senadores.
A Coordenadoria de Relações Públicas do Senado quer repetir o evento em 98.
Recortes
Dividida em 49 estandes dos senadores, a exposição foi também contemplada com livros e recortes de reportagens publicadas sobre os senadores.
A maioria dos livros expostos foi confeccionada na gráfica do Senado.
Lúdio Coelho (PSDB-MS) expôs um mostruário com placas feitas em sua homenagem e um artigo sob o título "O gigante tombou", homenagem póstuma a seu pai.
Mais simples, Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) expôs fotos recortadas e um livro de sua autoria sobre o poeta baiano Castro Alves. O som do estande divulgava poemas do senador declamados pelo próprio.

Texto Anterior: Formulário abona faltas de deputados
Próximo Texto: Presidente do TSE vê desigualdade em lei
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.