São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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China deve reduzir tarifas para o Brasil

Alteração está condicionada à entrada na OMC

ISABEL VERSIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil fechou, em Genebra, um acordo preliminar com a China para reduzir tarifas de importação de produtos que o Brasil exporta para aquele país. O entendimento poderá abrir ao Brasil um mercado de 1,2 bilhão de consumidores.
Em um acerto inicial, um dos vice-ministros do Comércio da China, Long Yongtu, se comprometeu com o chefe da delegação brasileira na OMC (Organização Mundial do Comércio), Celso Lafer, a rebaixar as tarifas de importação de suco de laranja para 15% e de café solúvel para 30%.
O ministro também se propôs a criar uma cota de importação de óleo de soja com tarifa de 13%. As negociações foram fechadas na semana passada.
Todas essas alterações, entretanto, estão condicionadas à entrada da China na OMC (Organização Mundial do Comércio).
A China está negociando sua admissão no órgão há mais de dois anos. Esses entendimentos envolvem tanto adequações gerais às regras da OMC -como normas relativas a patenteamento- como negociações bilaterais com os demais sócios.
O acordo preliminar fechado com o Brasil faz parte de um pacote amplo de negociações que estão sendo feitas com vários membros da OMC. O pacote só entrará em vigor se a China for, de fato, admitida na organização.
As reivindicações brasileiras para a China foram definidas com base na importância que esses produtos têm na pauta de exportações brasileira e também no potencial de penetração dessas mercadorias no mercado chinês.
No ano passado, o mercado chinês foi apontado como prioritário pela Organização Internacional do Café. O desafio dos países exportadores é conseguir introduzir na China o hábito do cafezinho -a mania nacional lá é o chá.
O café solúvel é considerado um "abridor de mercado". Os exportadores entendem que é mais fácil introduzir primeiro em um mercado novo um produto de fácil preparação e só depois tentar ensinar os consumidores a coar o café torrado e moído. A redução da alíquota do óleo de soja também seria muito bem-vinda porque as exportações brasileiras do produto para a China têm sido expressivas.

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