São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Bariri, obrigado

JUCA KFOURI
DE SEGUNDO TEMPO.

Joel Santana lá estava, atônito e engravatado, perdido feito um motorista de ônibus em trajeto desconhecido.
O presidente Dualib também não poderia faltar.
Ao lado da pobre psicóloga que confundiram com pronto-socorro, só para desmoralizar uma ferramenta que deveria fazer parte do dia-a-dia.
"Um-zero-zero-zero-zero", ruminava com sarcástico sadismo o cartola.
Menos mal que uma campanha lembrando as recentes façanhas corintianas inunda o horário esportivo das rádios e até da TV, com testemunho, certamente gratuito, de gente acima de qualquer suspeita, gente experiente, com quase uma dezena de livros publicados.
Ah, sim. Lá estavam os Gaviões, de costas, comemorando sua impunidade e o resultado da emboscada rodoviária que perpetraram -mais duas derrotas seguidas.
Calejados, os tricolores nem estranhavam a situação, provavelmente acostumados às vicissitudes do descenso.
Festejavam a terceira vitória no campeonato, certos de que nada será como antes.
E os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar, irmanados na dor de uma paixão que aviltaram, juntos na alegria e na tristeza, até que a morte os separe irremediavelmente.
E seguiram impávidos à casa da CBF em Brasília, para fazer lobby, porque, enfim, a rua Bariri já está de bom, de ótimo tamanho.
Um retrato em branco e preto ou em cores, três cores que traíram a tradição.

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