São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Casal acusado de morte aparece morto

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia está investigando o suposto suicídio do casal Sérgio Margiolli Guido, 43, e Sônia Maria Pereira, 46. Eles eram os principais suspeitos de matar a comerciante Angelina Angeli, 42. Seus corpos foram achados com tiros na cabeça em um hotel no Rio de Janeiro.
A principal prova contra o casal era um exame de DNA feito numa mancha de sangue achada no colchão da cama de Guido e de Sônia.
"O sangue era da vítima. Isso significa que ela foi assassinada no apartamento do casal", afirmou o médico-legista Wilmes Roberto Teixeira, diretor do Centro de Investigações de Crimes Sexuais da Universidade de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo).
O casal era inquilino da comerciante que lhes alugava um apartamento da rua Cristiano Angeli, em São Bernardo (Grande São Paulo), um dos imóveis que a vítima possuía na cidade.
Como o casal havia atrasado o pagamento de vários aluguéis, Angelina resolveu cobrá-los pessoalmente em 1º de janeiro de 1996. Dois dias depois, a família da comerciante prestou queixa do desaparecimento de Angelina. Os inquilinos também haviam sumido.
Em 8 de janeiro de 1996, ela foi encontrada morta com marteladas na cabeça no km 37,5 da estrada velha de Santos. "Quase um mês depois do crime, viramos o colchão do quarto do casal e encontramos uma mancha de sangue de quase um metro de diâmetro", afirmou o médico-legista.
Os peritos recolheram amostras da mancha no colchão e conseguiram estabelecer qual era o DNA (código genético) de quem havia perdido aquele sangue.
Em 19 de abril, foi feita, com autorização judicial, a exumação do corpo de Angelina.
Foram colhidas várias amostras do corpo e, da medula óssea do osso esterno, os peritos conseguiram isolar o DNA da comerciante. O próximo passo foi fazer a comparação entre o DNA do sangue no colchão e o de Angelina.
"O resultado foi a igualdade entre o DNA presente na mancha de sangue do colchão e o DNA de Angelina", afirmou Teixeira. Com isso, segundo o médico-legista, ficou provado que a vítima foi assassinada no apartamento do casal.
Na última terça-feira, os dois foram encontrados com tiros na cabeça em um quarto do hotel Ebony, no Rio. Segundo a polícia, ao lado dos corpos havia um bilhete em que os acusados pediam desculpas aos credores.
"Caso haja a suspeita de que o casal tenha assassinado um outro casal para despistar a polícia, a dúvida pode ser eliminada pelo exame das impressões digitais e da arcada dentária", disse Teixeira.

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