São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Brasileiros, mais atenção na Supercopa

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, está faltando experiência internacional e mais concentração aos times brasileiros que disputam a Supercopa.
Outro dia, o Flamengo cochilou e cedeu o empate em jogo tranquilo. Na quinta, foi a vez de o São Paulo, que está precisando de um bom resultado, ceder o empate depois de estar vencendo o apenas aguerrido Vélez Sarsfield por 3 a 1.
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Arturzinho, esperto, tirava partido da má distribuição do adversário em campo, preparada por Joel Santana.
Pela direita (e com muito espaço no meio-campo), o Fluminense poderia ter liquidado a noite dos desesperados na Bariri logo no primeiro tempo.
Saindo para o jogo de maneira errada, Santana rearrumou o time no intervalo, com Gilmar. O diabo é que o time ficou mais defensivo, quando precisava ganhar. Pouco depois, perdeu Souza. Sentindo que era o momento certo para o bote, Arturzinho deu mais torque, com um motor McLaren, ao ataque do Flu. Uma vitória de Arturzinho.
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Ele é uma verdadeira lenda da elegância. Dizem que a bola tinha ciúmes dele porque ele, Nílton Santos, nunca olhou para ela.
Nílton diz que ficou fora da Copa de 50 porque o técnico Flávio Costa ("o homem mandava no futebol naquela época", afirma) queria que ele desse chutões, e ele só sabia passar, tocar na bola com precisão e suavidade. "Eu jogava o ano inteiro com um par de chuteiras que mandava fazer em São Paulo. Com aquelas chuteiras, sob medida, era impossível dar chutões", conta.
Os mais elegantes? Segundo ele, de longe, o trio Gilmar, Mauro e Bellini. "O Bellini chegou a ser modelo da Ducal", diz ele, lá de Brasília, onde vive.
Na lateral direita, ele diz que tanto faz: Carlos Alberto Torres ou Djalma Santos, dois monstros. Na sua posição, a lateral esquerda, ele colocaria o Ferrari, que jogou pelo Palmeiras -do qual pouca gente se lembra hoje (segundo o Alberto Helena, no livro que escreveu sobre o Palmeiras, "Ferrari era uma verdadeira locomotiva. Disparava pela lateral do campo com a velocidade e a técnica de um verdadeiro ponta").
O papo com Nílton Santos foi tão agradável que me esqueci de verificar se a escalação estava completa. Só na hora de escrever a coluna é que verifiquei que faltou uma posição.
Quase telefono para pedir mais um jogador, mas olhei para os nomes mencionados e descobri que nada mais elegante do que uma seleção de dez com a nota dez.
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Esta coluna vai dar um tempo de três semanas.

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