São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997 |
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Juízes de SP tentam impugnar 170 indicações de classistas Associação acusa existência de "fábrica" de nomeados BERNARDINO FURTADO
"No caso do Estado de São Paulo, a discussão sobre a figura do juiz classista extrapolou a esfera conceitual, já que o processo de indicações ganhou os ingredientes de um grande escândalo", diz o juiz Pedro Carlos Sampaio Garcia, presidente da Amatra-SP. Garcia toma como caso exemplar do "processo viciado" de indicação o Sindicato dos Proprietários e Criadores de Cavalos de Corrida e dos Estabelecimentos Hípicos e Similares do Estado de São Paulo (Sindcav). A entidade, fundada em 30 de março de 1993, conseguiu a nomeação de dez juízes classistas a partir de outubro de 1996. O presidente do Sindcav é Jeronimo Augusto Gomes Alves, juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região indicado pelo Sindicato dos Hotéis e Restaurantes do Estado de São Paulo. A mulher de Jeronimo, Madalena Conceição Amador Alves, que encabeça o Conselho Consultivo do Sindcav, é classista na 4ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Bernardo do Campo, representando outra entidade, o Sindicato dos Trabalhadores em Feiras, Congressos, Promoções, Eventos em Geral e em Serviços Temporários do Estado de São Paulo. O vice-presidente do Sindcav é Hideki Hirashima, juiz classista do TRT-SP pelo Sindicato dos Hotéis e Restaurantes, assim como o diretor financeiro, José Luiz Ferreira de Almeida, o diretor administrativo, Ruy de Azevedo Sodré Sobrinho, e o sócio-fundador Antônio Carlos Amaral Amorim, indicado pelo Sindicato dos Institutos de Beleza para Senhoras. Para consolidar os fortes laços entre a atividade de criação de cavalos de corrida e a Justiça do Trabalho, o funcionário de carreira do TRT-SP Djalma Thomaz da Silva Filho é membro efetivo do Conselho Fiscal do Sindcav. O juiz Garcia diz suspeitar que o Sindcav seja uma "fábrica" de juízes classistas. Ele chama a atenção para as estreitas relações de membros do Sindcav com outras entidades campeãs de nomeações, como o Sindicato dos Trabalhadores em Feiras, Congressos, Promoções, Eventos em Geral e em Serviços Temporários do Estado de São Paulo, que emplacou oito juízes classistas nos últimos 12 meses. Texto Anterior: Diálogo de pássaros... Próximo Texto: Classistas acham normais as indicações Índice |
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