São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Analista de investimento está em alta

PEDRO CARDILLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Analista de investimento é uma profissão que está crescendo junto com as modificações no cenário econômico do país. As privatizações, aquisições e fusões de empresas e a entrada de investidores estrangeiros no país aumentam a demanda por esse profissional, cuja principal tarefa é transformar muito dinheiro em mais dinheiro.
Para tanto, ele terá de investigar desde o balanço da empresa e seu desempenho até as especificidades do setor no qual ela atua, além de fazer projeções sobre como alterações de legislação ou de concorrência a influenciariam.
"É uma boa oportunidade para novos profissionais, pois o mercado está em expansão", afirma Harold Thau, 47, sócio-diretor da Técnica Assessoria de Mercado.
Caminho
O caminho são as instituições financeiras -corretoras e distribuidoras de valores, fundos de pensão, seguradoras e, principalmente, bancos de investimento.
Mas, para emplacar, é preciso mais do que vontade. "É um trabalho complexo e que exige um profissional muito capacitado", afirma Antonio Carlos Colangelo, 47, vice-presidente da Abamec (Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais).
Segundo profissionais da área, conhecimentos de contabilidade e finanças são fundamentais. Uma boa faculdade é o melhor começo, mas não forma o profissional, já que não há cadeiras específicas sobre a área de investimentos.
Por conta disso, o profissional tem de ser autodidata e aprender trabalhando, além de ter de estudar muito, consultando livros e publicações estrangeiras.
"Se ele não estiver atento às novas técnicas, estará fadado à extinção", afirma Antonio Parkinson de Castro, 42, diretor de investimento do Citibank.
Informação
Outro fator importante é a informação. O analista deve acompanhar as notícias políticas e econômicas, pois elas podem mudar radicalmente suas análises.
O setor de análise de investimento do Banco BBA/Paribas recebe cinco jornais nacionais diários. As notícias relevantes são vertidas para o inglês e comentadas pelos analistas, que as enviam para o escritório de Nova York pela manhã.
"O profissional é escravo da informação", diz Carlos Fernando Constantini, 23, o mais jovem analista do Banco BBA/Paribas. A dedicação é total. São 12 horas diárias de trabalho, tomando decisões rapidamente e sob estresse.
"É um trabalho que acaba interferindo em sua vida particular", diz Carl Weaver, chefe do departamento de análise de investimento do Banco BBA/Paribas, que aos 36 anos já é considerado veterano.
A remuneração costuma compensar. Um analista júnior ganha em torno de R$ 2.300 mensais, benefícios -como combustível para o carro- e tem direito a um bônus semestral ou anual, que pode igualar o salário no período.
Mitsuko Kaduoka, 38, analista da Comercial Corretora de Valores, gosta dessa agitação. "É um mercado fascinante, que exige muito, mas dá retorno rápido."

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