São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997 |
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Superpopulação
RODRIGO BUENO Se da quantidade se tira a qualidade, o Brasil tem a obrigação moral de vencer a Copa da França. Nosso país tem aproximadamente 160 milhões de habitantes, uma população muito maior do que as que possuem os demais 19 países que já estão garantidos no Mundial.A matemática mais simples nos mostra que a probabilidade de reunirmos 11 grandes jogadores em campo é bem maior do que a de Dinamarca, Escócia, Áustria, Bulgária, Holanda, Paraguai ou Tunísia -nações com menos de 15 milhões de habitantes- conseguirem montar um time de craques. Há que se abrir os olhos para rivais poderosos e populosos, como a sempre forte Alemanha, que tem por trás de si mais de 80 milhões de pessoas, e a Nigéria, dona da equipe mais forte da África e de quase 100 milhões de habitantes. Outros respeitáveis concorrentes, como Inglaterra, França, Espanha, Argentina e Colômbia, também têm superpopulação suficiente para montar grandes esquadrões, coisa que faltou, por exemplo, ao Uruguai, país que tem quase o mesmo número de pessoas de Santo Amaro, bairro paulistano. A matemática simples, porém, não impediu os uruguaios de serem bicampeões do mundo em pleno estádio do Maracanã, em 1950, contra o Brasil. Também não tirou dos noruegueses uma incontestável vitória contra a seleção de Zagallo neste ano. Dos países que já têm vaga assegurada na Copa da França, a Noruega é o menos populoso -tem pouco mais de 4 milhões de pessoas. Essa mesma matemática não faz com que tenhamos medo de enfrentar a China ou os EUA, países que reúnem quase a metade dos humanos do planeta, em uma final de Copa. Muito ao contrário, a presença de chineses e norte-americanos no Mundial tornaria o caminho para o penta mais fácil, mesmo sabendo que a torcida adversária seria bem maior. Texto Anterior: Cai Joel Santana e fica Zezinho Mansur... Próximo Texto: Imparcialidade 1; Imparcialidade 2; Imparcialidade 3; Imparcialidade 4 Índice |
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