São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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ATP quer ano 2000 simples e rentável

Entidade estuda mudanças no circuito mundial

FERNANDA PAPA
ENVIADA ESPECIAL A STUTTGART

O tênis masculino vai mudar de cara no ano 2000. No que depender da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), mais pessoas deverão ter contato com o esporte e mais dinheiro poderá rodear o mundo das bolinhas amarelas.
A idéia é dar um novo formato ao circuito de grandes torneios e sobretudo fazer do tênis um esporte mais fácil de acompanhar, simplificando o confuso ranking da ATP e seu calendário, por exemplo.
Desde o início do ano que o conselho de jogadores e os diretores da entidade discutem em encontros periódicos as possíveis mudanças.
Durante a Copa do Mundo, em Hannover, Alemanha, dentro de duas semanas, haverá uma reunião importante em que se espera chegar a boa parte das definições.
"Isso porque os nossos contratos com patrocinadores e televisões, todos de quatro anos, terminam em 2000. Assim, 1998 é o ano em que contatamos novos patrocinadores, e para isso precisamos ter o novo ATP Tour pensado para ser apresentado", diz Peter Alfano.
Ele é vice-presidente de Comunicações da ATP, que movimenta por ano US$ 55 milhões, sem contar a milionária premiação dos torneios, que fica por conta dos patrocinadores.
Segundo Alfano, os 11 meses de torneios de tênis confundem um pouco o fã do esporte. "Além do Grand Slam, é difícil uma pessoa saber exatamente quais são os grandes torneios que os melhores jogadores do mundo vão jogar e quando acontecem", afirma.
"Por isso, pretendemos encurtar um pouco o calendário de super eventos, fazendo Super 7 talvez, e não mais Super 9", disse.
"O ranking também é quase impossível de se entender. Público e mídia estão confusos com tanto ponto que se defende, ranking para Hannover, ranking da ATP. Precisamos melhorar isso", diz Alfano. Ele também comenta os trechos destacados abaixo.
As mudanças sugeridas
1- O ranking seria calculado pela somatória de pontos do tenista durante o ano e zerado a cada início de temporada. Super eventos, como o Torneio de Stuttgart e o de Paris-Bercy, que começa amanhã, e Grand Slams continuam com maior pontuação.
Se o tenista não jogar, exceto por problema de saúde, terá um zero irrecuperável em sua contagem.
Cabeças-de-chave serão calculados, em um primeiro momento, de acordo com o ranking "velho", que é o atual. Mas o normal será resultados de anos anteriores não contarem. "Isso é bom porque novas caras vão aparecer entre os melhores com mais frequência."
2- Diminuir o número da série Super 9, que tem os nove torneios mais importantes do mundo, depois do Grand Slam (Abertos da Austrália, França, EUA e Wimbledon), para sete ou oito eventos.
3- Aumentar número de torneios com homens e mulheres, pois atrai mais público. "Provas disso são o Lipton e o Torneio de Indian Wells, nos EUA, os maiores sucessos dos Super 9 por reunirem estrelas masculinas e femininas."
4- Aberto da Austrália seria jogado na terceira e não mais na segunda semana de janeiro. "Como está encurta as férias dos jogadores, que precisam ir cedo para a Austrália para se adaptar ao calor."
5- Aumentar para três, e não duas, o número de semanas entre o Aberto da França, em Roland Garros, e Wimbledon. "Para que os tenistas tenham mais tempo para se adaptar à grama, superfície que só tem três torneios no ano."
6- Reduzir o número de rodadas da Copa Davis de quatro para três. 7- Melhorar as transmissões de televisão, com mais movimentos de câmera, mais emoção.

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