São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997 |
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'seu pai virou uma estrela' "Meu marido, Laércio Cremasco, 42, era gerente de produtos de uma indústria farmacêutica e morreu no acidente da TAM em 96. Tenho três filhos: Euler, 20, Eric, 16, e Evandro, 6. A morte de alguém amado é um baque tão grande que a gente fica meio confusa, não sabe se deve falar ou não, como falar. Além de perder meu marido, parentes levaram o Evandro de mim por quatro dias. Quando ele voltou, a primeira coisa que ele pediu foi para ver a 'Veja'. Ele olhou as fotos e ficou com lágrimas nos olhos. Então falou: 'o pai morreu, não é?' Eu disse que o pai estava no céu, que tinha virado uma estrela, mas que ele ainda estava cuidando da gente. O Evandro é o que menos se conforma. Ele sente mais porque os outros filhos estudam, trabalham, passam o dia fora. à noite, reza vários pai-nossos para sonhar com o pai. Ele ainda pergunta se não vai mais ver o pai. Diz que queria ter visto o caixão, mas falei que era melhor guardar a fisionomia do pai alegre, bonito como era. O Evandro gosta de ver as fotos. O outro dia ele pegou o vídeo do aniversário de um ano, mas não aguentou: ficou muito triste e parou no meio." (Eliana Cremasco, 38, dona de casa) Texto Anterior: para a turma da pesada Próximo Texto: bom instrumento de ajuda Índice |
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