São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Licenças do governo restringem franquias

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Dinheiro no bolso e vontade de trabalhar nem sempre são suficientes para investir em certas franquias. Algumas opções dependem de concessão do governo federal, licenças de prefeituras ou mesmo registros específicos.
Correios, emissoras de rádio, serviços de rádio-chamada, produção e distribuição de sementes, jornais e até exploração de publicidade em outdoors e painéis eletrônicos sofrem esse tipo de restrição.
Além de um investimento considerável, só uma concessão do governo pode abrir as portas para o franqueado de uma rede de rádio, que retransmite a programação de uma emissora central.
"Para obter a concessão, o candidato precisa participar de licitação", afirma Antonio Gilberto Ody, 46, proprietário da Rádio Alegria, de Novo Hamburgo (RS), que tem quatro filiais próprias e uma franquia.
As franquias de rádio também atuam no sistema de conversão. Uma emissora já existente pode passar a integrar a rede e retransmitir a programação da matriz.
Mas as barreiras para ser franqueado não param por aí. O investimento médio é de US$ 2 milhões.
"Depende da cidade e do porte da rádio", diz Ângelo Pellegrino, 57, gerente de franchising da Antena 1 FM, que tem 34 franquias.
A comercialização de publicidade em painéis eletrônicos também requer licença especial.
"É preciso escolher um bom local de visualização e correr atrás dos documentos para obter a autorização da prefeitura", diz Leonardo Badra Eid, 30, diretor da Eletromídia, rede de 12 franquias.
Geralmente cada franqueado fica responsável por um único painel, já que o investimento médio é de R$ 240 mil em cada um.
Abrir uma franquia de jornal não exige licença, mas são necessários alguns conhecimentos específicos.
"O franqueado precisa saber um pouco de divulgação e publicidade", diz Analídia Rodrigues, 33, sócia do Jornal do Síndico, de Pituba (BA), que já tem 12 franquias em oito cidades. O investimento inicial é de R$ 20 mil.
Outro negócio que exige conhecimento específico na área é o de produção e distribuição de sementes de milho e sorgo.
Controlada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), essa franquia exige do candidato o registro de produtor e a infra-estrutura pronta para a produção e a armazenagem.
"A Embrapa controla toda a produção", conta Edison Antonio Bolson, 36, gerente-regional.
"Com R$ 300 mil, dá para iniciar a produção, mas ela só traz lucro um ano depois", diz o franqueado Nicola Vincenzo Di Salbo, 43.

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