São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Polícia protege artistas de hackers

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Polícia Civil paulista se diz preparada para proteger artistas e personalidades contra um novo e perigoso tipo de fã: o hacker.
Esse fã usa a Internet, a rede mundial de computadores, para enviar mensagens ameaçando o ídolo.
O caso mais recente no Brasil foi o de um analista de sistemas que ameaçava -via e-mail- estuprar a jornalista Maria Cristina Poli, repórter e apresentadora do "Vitrine", da TV Cultura.
O crime foi resolvido pelo delegado Mauro Marcelo Lima e Silva, 38, um dos 14 policiais brasileiros treinados pelo FBI, a polícia federal norte-americana.
Silva é o titular da Delegacia de Proteção a Dignitários, Autoridades e Representantes Consulares.
Com a notoriedade adquirida no episódio, Silva diz que policiais de vários Estados já ligaram para ele pedindo ajuda para resolver casos semelhantes.
48 horas
Casado e pai de duas filhas, o analista de sistemas J.F., 38, enviou mais de 200 e-mails para Poli antes de ser preso.
Segundo o delegado Silva, F. foi achado em casa na manhã de 29 de agosto, 48 horas depois de denúncia feita por Poli.
"Ele estava saindo para o trabalho. Quando vi sua mulher, falei para ela que estava apenas apreendendo o computador do marido. Não disse o que ele fazia", diz Silva, que tinha uma ordem judicial para invadir a casa do acusado.
Na falta de legislação específica para crimes de informática, F. foi indiciado por ameaça e pode ser condenado a até seis meses de reclusão.
F. responde o processo em liberdade, e, segundo Poli, não voltou a agir.
Para chegar a F., o delegado vasculhou os provedores de acesso a Internet por onde havia passado a mensagem do fã-hacker.
"Pela primeira vez, deixamos armas de lado e trabalhamos só com laptops", diz Silva, que usou computador próprio na falta de equipamento apropriado na polícia.
Ainda horrorizada com o fato, a jornalista Cristina Poli conta que entrou em pânico quando soube dos e-mails, que chegavam no endereço do "Vitrine". "Não queria mais sair de casa. Ele dizia que iria me encontrar."

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