São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997 |
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Setor naval leva R$ 577 mi
MARCIO AITH
É uma tentativa arriscada do governo brasileiro de revitalizar o setor naval. O Brasil já foi um dos cinco maiores produtores de navios do mundo. Em 1980, o setor empregava 40 mil trabalhadores. Hoje, emprega cerca de 5 mil. Os empréstimos não vieram diretamente do banco, mas ele assumiu os riscos das operações, com base num mecanismo que funciona desde que a Sunamam (Superintendência da Marinha Mercante) foi extinta, em 1983. Com a crise no setor naval, esse mecanismo ganhou relevância. São recursos do Fundo da Marinha Mercante, pertencente ao Ministério dos Transportes. O BNDES é o gestor do fundo e estuda o risco da operação. Se o empréstimo for pago, o fundo recebe de volta o financiamento e o banco fica com uma taxa pelo serviço. O BNDES arca com o prejuízo em alguns casos de inadimplência; em outros, a conta vai para o fundo. E os prejuízos são constantes. O mais notório é o do estaleiro Verolme, que faliu recentemente. Segundo o BNDES, a taxa de inadimplência do banco (5% do total da carteira e 1,7% de "novas inadimplências" em 1996), considera baixa por seus diretores, é muito menor que o calote do setor naval. Empresas como a Frota Oceânica, vendida este ano pelo empresário José Carlos Fragoso Pires em meio a uma série crise financeira, e a Navegação Lloyd Brasileiro, também em situação crítica, receberam nos últimos dois anos via BNDES empréstimos de R$ 63 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente. A Folha apurou que a Frota Oceânica acumula dívidas de R$ 100 milhões com o BNDES. Os empréstimos do Fundo da Marinha Mercante têm três anos de carência e 12 anos de prazo. Sua taxa é de 6% ao ano, mas a variação cambial. Texto Anterior: BNDES aumenta empréstimos em 40% Próximo Texto: Banco empresta para construção de shopping Índice |
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