São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997 |
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História já avançou a passos de tartaruga
DO "LIBÉRATION" Felizmente, os B-52 pouparam a maior parte de Hanói. Durante décadas, nada, ou quase nada, mudou por aqui, com a exceção de alguns grandes monumentos -entre os quais o imponente mausoléu de Ho Chi Minh, cinzento e pomposo, diante do qual continuam a desfilar filas de vietnamitas.Para os franceses, a surpresa começa em volta do lago Hoan Kiem, coração da Hanói colonial, onde reina o pequeno templo da Montanha de Jade. Quando se sentam para descansar entre as raízes de uma "banian" (figueira asiática), quase sempre vão encontrar alguém com quem trocar algumas palavras na língua de Rabelais. A sua volta, verão dezenas de aposentados atraídos pela sombra. Eles encostam as bicicletas e batem papo, sentados sobre a grama, à sombra dos flamboiaiãs. Encorajados, podem falar das proezas vietnamitas mais antigas: de quando a tartaruga sagrada, num belo dia do século 15, saiu do lago, carregando uma espada sagrada na boca, e a entregou ao pescador Le Loi para que ele expulsasse os invasores mings. Anos mais tarde, a espada teria sido recuperada pela tartaruga, dando origem ao nome do lago: Hoan Kiem, ou "lago da Espada Restituída". No centro do templo da Literatura, que cultua Confúcio e foi erguido há mais de nove séculos, 82 tartarugas sustentam colunas onde estão gravados os nomes dos alunos formados pela primeira universidade do Vietnã. Quando o calor é forte, é agradável perambular entre os laguinhos e gramados ensombrados, com pavilhões de colunas de madeira vermelha e detalhes dourados. Namorados vêm aqui ouvir as cítaras vietnamitas ao preço de um punhado de dongs, a moeda local. Há ainda uma outra tartaruga no mais antigo pagode de Hanói, Tran Quoc Thanh Nien, erguido no século 7º às margens do grande lago Ocidental. Fim de tarde -hora de tomar uma boa cerveja de Hanói e ouvir cânticos religiosos. Texto Anterior: Cidade tem até casario afrancesado Próximo Texto: PACOTES Índice |
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