São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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HK cai 11,45% em meia hora já hoje

Ontem, as bolsas já haviam despencado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Na madrugada de hoje no Brasil (manhã de terça-feira na Ásia), quando muitos investidores ocidentais ainda contavam as perdas causadas pelo crash global de ontem, os mercados acionários do sudeste asiático já estavam sendo abertos em baixa.
Num círculo vicioso, agora pressionadas pela queda recorde de Wall Street ontem, as bolsas de Tóquio e Hong Kong já registravam quedas de 3,6% e 12%, respectivamente, pela manhã.
O índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong registrou queda de 11,45% em apenas 30 minutos de pregão
A tendência de baixa nas bolsas da Ásia já nesta terça-feira deve realimentar novas quedas na Europa, Wall Street e nos países latino-americanos no decorrer do dia de hoje, prevêem analistas do mercado asiático.
Ontem, dia de quedas
A crise que assola os mercados de ações asiáticos já havia voltado a se manifestar ontem em Hong Kong. Depois da trégua de sexta-feira passada, a Bolsa de Hong Kong registrou nova baixa, caindo 5,8%
O índice Hang Seng da Bolsa de Valores de Hong Kong perdeu ontem parte do valor recuperado na sexta-feira, um dia depois da recorde de 10,41% da "quinta-feira negra", dando início a um efeito dominó que derrubou as Bolsas de todo o mundo.
As previsões dos analistas para as Bolsas do Sudeste Asiático esta semana são muito pessimistas, inclusive com prognósticos de uma queda acumulada de 20% em Hong Kong. A incerteza na Bolsa de Hong Kong também atingiu os mercados de ações de Tóquio, Seul e Sydney.
Ontem, o índice
Nikkei de 225 ações da Bolsa de Valores de Tóquio caiu 325,38 pontos, ou seja 1,87%, ficando em 17.038,36 pontos.
"Ninguém vai comprar ações até que se estabilizem as Bolsas da Ásia", disse o analista de investimentos Seiji Fujimoto, da Tóquio Securities. A Bolsa da Coréia do Sul declinou 3,3%, caindo para o nível mais baixo dos últimos cinco anos: 530,47.
Na Austrália, o principal índice da Bolsa de Valores de Sydney caiu 3,3%, os contratos de ouro para entrega futura declinaram 11% e perderam US$ 690 milhões.
Mas algumas Bolsas da região tiveram um comportamento diferente com altas de 0,13% na Bolsa de Valores de Cingapura e de 0,14% na Bolsa de Valores de Kuala Lumpur (Malásia). As perdas de ontem aumentaram as dúvidas sobre o futuro do dólar de Hong Kong, que é considerado sobrevalorizado por analistas, que o que consideram alvo fácil de ataques especulativos.
Persistem as dúvidas sobre a capacidade do dólar de Hong Kong aguentar a taxa oficial de 7,7 em relação ao dólar dos EUA, que é mantida há 14 anos.
O ministro da Fazenda de Hong Kong, Donald Tsang, reiterou a determinação de seu governo de manter a taxa de câmbio em relação ao dólar norte-americano, que é a única fixa na Ásia. Tsang descartou mudanças no sistema cambial de Hong Kong e na paridade com o dólar. E disse que só os especuladores perderão.

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