São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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Schumacher terá que explicar acidente

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A FIA, entidade máxima do automobilismo, mudou ontem sua atitude e convocou o alemão Michael Schumacher para dar explicações sobre a batida que provocou no GP da Europa e que deu o título da F-1 a Jacques Villeneuve.
Segundo comunicado da entidade, a medida foi tomada com base no relatório -espécie de súmula- entregue pela direção da corrida ontem pela manhã.
O piloto terá que comparecer a uma sessão especial do Conselho Mundial de Automobilismo, em Paris, em 11 de novembro.
Provavelmente, não será punido com suspensões dos primeiros GPs da próxima temporada. Deve receber uma advertência verbal ou, no máximo, uma multa.
Anteontem, a 21 voltas do final do GP da Europa, em Jerez de La Frontera (Espanha), Schumacher jogou sua Ferrari contra o Williams de Villeneuve, que tentava ultrapassá-lo na curva Dry Sack.
O carro do alemão, danificado, saiu da pista e não retornou. Villeneuve manteve-se na prova, terminou em terceiro e conquistou seu primeiro título na categoria.
Após o GP, os dois foram chamados para explicar o caso aos comissários da FIA. A entidade classificou o acidente de "normal" e que Schumacher não seria punido.
O novo procedimento pode ter sido influenciado pelas críticas que Schumacher e a entidade, tachada de condescendente, receberam de toda a imprensa européia.
Ferrari
Alheio às críticas, o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, disse que Schumacher "falhou, como todas as pessoas fazem".
"O mais prejudicado foi ele mesmo", disse.
Ele concorda com a tese de Schumacher de que o canadense o usou como "freio".
"Alguém precisa perguntar a Villeneuve se ele conseguiria frear naquela curva caso não tivesse sido atingido", afirmou o dirigente.
Sem que Montezemolo soubesse, Villeneuve já havia respondido à sua questão, em uma boate de Cádiz (Espanha), na comemoração do título, no domingo.
"Eu frearia sem problemas", disse. "Schumacher agiu como se estivesse no Velho Oeste."
Caso Senna
O piloto escocês David Coulthard, companheiro de Ayrton Senna na Williams em 94, é aguardado para depor hoje, em Bolonha (Itália), no processo que apura a morte do brasileiro.
Os donos da equipe, Frank Williams e Patrick Head, e o projetista do time em 94, Adrian Newey, foram chamados para depor amanhã. Nas ocasiões anteriores em que foram convocados, não apareceram.

Com agências internacionais

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