São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 1997 |
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Livro de Tunga explica ao desexplicar
CASSIANO ELEK MACHADO
E como segue o paradigma sem paradigmas do artista, o livro não traz esforço algum de explicar a obra de Tunga. Mas explica. Não há parentesco algum com um guia, não há textos críticos nem didáticos, nem um esforço em seguir alguma linearidade. Mas Tunga se explica com textos barrocos sobre suas criações e, sobretudo, com a junção de uma série elástica delas em um mesmo volume. No caminho de Tunga existe um percurso natural de "reatualização" de suas obras: "Achando o novo de novo, reencontro o novo no velho", escreve no livro. Apresentadas em momentos distintos de suas aparições e ao lado de outros projetos, suas criaturas, que podem envolver desde besouros amazônicos até garotas nuas, ganham coerência dentro da bagunça. "Sempre gostei de bagunça. Não de ordem nem de desordem. Bagunça", escreve o artista logo no início da obra. Não existe problema em chamar "Barroco de Lírios" de obra, no sentido artístico, pois é artística a concepção e edição desse livro. Com 217 ilustrações em papéis de diversas naturezas e gramaturas, "Barroco" chega ao barroquismo de trazer uma fotografia de uma trança que, desdobrada, tem mais de um metro. Não é Rapunzel. Como diz Catherine David, curadora da última Documenta de Kassel -da qual o artista participou-, "a obra de Tunga é uma fábula de origem desconhecida". Livro: Tunga - Barroco de Lírios Autor: Tunga Lançamento: Cosac & Naify Edições Quanto: R$ 105 (308 págs.) Onde: livraria Cultura (av. Paulista, 2.073, loja 151, tel. 011/285-4033) Quando: hoje, a partir das 18h30 Texto Anterior: A difícil arte de desenhar na Web Próximo Texto: Edith Derdyk lança livro de prosa 'porosa' Índice |
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