São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 1997
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Goya coloca Brasília no circuito das megaexposições de arte

PAULO NAVES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para entrar no circuito das megaexposições de artes plásticas Brasília trouxe uma grande mostra internacional, "Gravuras de Goya". A exposição será inaugurada na capital federal hoje depois de ter passado por Rio, São Paulo e Salvador.
Multimídia, material didático, roteiro de visitação, palestras, workshops, visitas orientadas e -como não poderia faltar- souvenires vieram junto. Há também uma novidade: cartões telefônicos. A série "Caprichos" tem 80 lâminas de cobre feitas entre 1797 e 1799. As críticas à nobreza e ao clero renderam ao pintor perseguições da coroa e da Igreja.
São 221 reproduções representando as quatro maiores séries de Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828).
"Desastres da Guerra" é o testemunho sobre a Espanha invadida por Napoleão. A série hiper-realista, feita entre 1810 e 1820, é composta por 80 gravuras. Há nelas a profundidade de campo, o congelamento do instante e o enquadramento próprios da fotografia.
Já as 40 gravuras de "Tauromaquia" -entre 1814 e 1816- trazem uma descrição documental expressiva das famosas touradas da Espanha.
Com "Disparates"(1819-1823), também conhecida como "Provérbios", Goya deixou um delírio surrealista em 21 imagens. São cenários de mistério com imagens que remetem aos sonhos e ao inconsciente e que tiveram grande influência na arte moderna.
Para todos
No ano em que se comemora os 90 anos de Oscar Niemeyer, 10 anos do tombamento de Brasília e 40 anos do projeto da cidade, a Secretaria de Cultura do Distrito Federal promove o "Museu para Todos", que pretende dar acesso a deficientes físicos a todos os museus da cidade.
O Museu da Cidade, na Praça dos Três Poderes, será reaberto dia 5 de dezembro. O texto sobre a história de Brasília, exposto nas paredes de mármore, será transcrito ao braile em oito totens de acrílico. Para os deficientes que não aprenderam a linguagem haverá uma gravação na voz do ator Paulo Betti.
Para 98, a secretaria prevê mais cinco megaexposições. No Panteão da Pátria, onde fica a mostra de Goya, estarão as exposições com temática de liberdade e democracia. A arte contemporânea será responsabilidade do Museu de Arte de Brasília (MAB), que terá sua área ampliada para 2.500 metros quadrados a partir de abril de 98.
O patrocinador -Telebrasília- desembolsou R$ 167,2 mil para trazer a exposição de Goya. À secretaria de Cultura coube os R$ 36 mil da reforma do Panteão. Para enfrentar o clima quente e a baixa umidade da cidade, a exposição estará em uma temperatura constante em torno de 22 graus.
As gravuras serão expostas em um labirinto de madeira de 238 metros criado pelo curador da exposição, Pablo Lacasa. Ele é responsável também pelos projetos de iluminação e ambientação.
A Secretaria espera 50 mil visitantes e 2.300 alunos de 1º e 2º graus de um programa da Secretaria com a Universidade de Brasília estão confirmados. Eles devem fazer uma exposição com colagens baseada na mostra de Goya.

Exposição: Gravuras de Goya. Vernissage hoje, às 19h30; somente para convidados
Quando: de ter. a dom., das 10h às 21h; de amanhã até 7 de dezembro
Onde: Panteão da Pátria (Praça dos Três Poderes)
Quanto: R$ 4

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