São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997
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Fim do Império Britânico ameaça a Monarquia

CINILIA GISONDI OMAKI
MARIA ODETTE BRANCATELLI

CINILIA GISONDI OMAKI; MARIA ODETTE BRANCATELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A devolução de Hong Kong à China em julho deste ano representa a perda da "última jóia" da Coroa britânica, que deteve o maior Império.
A partir do século 11, a Inglaterra iniciou seu expansionismo, conquistando a Irlanda, Escócia e País de Gales. Na modernidade, corsários garantiam recursos para o domínio dos mares e de territórios coloniais.
Mas foi no século 19 que a Grã-Bretanha, potência industrial, montou um Império invejado pelos concorrentes, por acordos econômicos, guerras, tratados desiguais e até do ópio -que permitiu o controle de Hong Kong.
O Império Britânico "reinou nos sete mares, dominou politicamente um quarto da superfície da Terra e uma parte ainda maior, economicamente". Depois da Primeira Guerra, ampliou-se com regiões do antigo Império Otomano e sufocou as tentativas de libertação.
Após a Segunda Guerra, com o fim da hegemonia européia, houve a descolonização afro-asiática.
Em 47, a Grã-Bretanha perdeu a primeira grande jóia: a Índia. Gandhi foi um dos líderes desse movimento de libertação, caracterizado pela não-violência, desobediência civil e não-colaboração com o colonizador.
Hoje, o outrora poderoso Império Britânico está reduzido a poucas áreas, como Gibraltar, reivindicada pela Espanha, e ilhas Falklands ou Malvinas, pela Argentina.
Os conflitos na Irlanda do Norte, a proposta de reabertura do Parlamento escocês e a criação da Assembléia do País de Gales sinalizam a decadência do "Império interior". Diante da queda de prestígio, muitos questionam até a sobrevivência da tradicional monarquia britânica.

Maria Odette Simão Brancatelli e Cinilia T. Gisondi Omaki são professoras de história do Colégio Bandeirantes.

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