São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997
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'Hollywood foi invenção judaica'

SÉRGIO MALBERGIER
DA REDAÇÃO

Os judeus inventaram Hollywood. É essa a tese do best seller "An Empire of Their Own: How The Jews Invented Hollywood" (Um Império Só Deles: Como os Judeus Inventaram Hollywood), de Neal Gabler, escolhido melhor livro de história pelo jornal "The Los Angeles Times" em 1989.
Evidências não faltam. Dos oito maiores estúdios no início do século, seis eram criações judaicas (Universal, 20th Century-Fox, Paramount, Warner Brothers, Metro-Goldwin-Mayer e Columbia). Nos outro dois (United Artists e RKO), os judeus tiveram forte atuação.
"O cinema era algo novo, de má reputação e futuro incerto. Era o tipo de negócio que atraía imigrantes, como a indústria de bebidas e o crime, outras áreas com forte presença judaica no início do século", disse Gabler à Folha por telefone de Nova York. Até hoje os judeus têm uma presença em Hollywood "muitas vezes superior à sua porcentagem na população dos EUA", diz o autor.
Mas isso não significa que os filmes de Hollywood sejam abertamente judaicos em sua temática. "Um traço que une a geração dos magnatas judeus das primeiras décadas e os produtores de hoje é que elas mantêm uma absoluta discrição em relação ao judaísmo", afirma o autor. "Durante a década de 30, praticamente não havia nenhum judeu nas telas de Hollywood", lembra Gabler.
Segundo ele, os judeus aparecem nas telas hoje tanto quanto negros, hispânicos e orientais, dentro do multiculturalismo liberal de Hollywood.
Um documentário que está sendo produzido a partir do livro de Gabler vai ainda mais longe na influência judaica. Chamado de "Hollywoodism", defende que a ideologia de Hollywood, baseada na integração dos valores dos imigrantes judeus da Europa Oriental com o "sonho americano", foi mais forte do que o comunismo, o fascismo e o próprio capitalismo, tornando-se hegemônica no mundo.
(SM)

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