São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997 |
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Partidos de oposição querem acabar com âncora cambial
LUCIO VAZ
Elaborado por uma comissão integrada pelos quatro partidos que formam a frente de oposições (PT, PDT, PSB e PC do B), o documento foi divulgado no momento em que as Bolsas de Valores em todo o mundo estão em crise. O texto faz um diagnóstico do país e apresenta propostas e promessas de soluções para os problemas do país. As teses serão submetidas aos quatro partidos. Crescimento acelerado de 7% ao ano, redução da jornada de trabalho, fim do analfabetismo infantil, safra agrícola de 100 milhões de toneladas e aumento dos recursos para a saúde são algumas das promessas. O documento faz um ataque frontal ao programa de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. "O novo governo porá fim ao programa de privatizações de empresas estratégicas." "A ameaça de venda em retalhos das empresas desses sistemas terá consequências funestas para a interligação desses serviços básicos de infra-estrutura. O novo governo apurará todos os indícios de irregularidades que possam ter ocorrido em processos de privatização", dizem as teses. Os partidos de oposição prometem uma "segura e madura" condução da política econômica. "Essa política exige a superação gradual da atual sobrevalorização do real em relação ao dólar. Sem o desmonte da armadilha da âncora cambial/juros elevados, estaremos a mercê de um ataque especulativo contra a moeda." O documento diz que a nova política econômica terá como meta um padrão de desenvolvimento oposto ao neoliberal. "Buscamos um crescimento econômico acelerado e sustentado, com distribuição de renda, capaz de promover a diminuição das desigualdades e a inclusão de milhões de brasileiros." As políticas industriais e agrícolas do governo devem contemplar a expansão do emprego e a valorização dos salários, diz o texto. A expansão do emprego seria fruto do crescimento econômico, da escolha de novas tecnologias e da redução da jornada de trabalho. As oposições prometem mais recursos para a saúde e uma reorientação da política educacional. "O país não pode investir pouco mais de 3,7% do PIB em educação, sendo apenas 1% em educação básica. Os países avançados aplicam 5% e 3%, respectivamente." Na área política, as oposições propõem a adoção efetiva do financiamento público dos partidos e o controle dos meios de comunicação e das pesquisas eleitorais. Para exercer esse controle, o novo governo teria de aprovar emendas à Constituição. A atual assegura a liberdade de informação. O documento defende, ainda, uma legislação que democratize o sistema de concessões de rádio e TV e garanta o direito de resposta. Texto Anterior: Clãs em guerra Próximo Texto: Principais pontos do programa Índice |
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