São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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PT terá candidato de 'qualquer maneira'

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O presidente nacional do PT, José Dirceu, disse ontem em Belém (PA) que o partido terá candidato próprio ao governo de São Paulo "de qualquer maneira". "Não abro mão. Se não tiver candidatura, saio eu candidato", disse.
Ele afirmou que o pré-candidato ao governo é o ex-prefeito de Ribeirão Preto Antônio Palocci, mas que ainda não foi tomada uma decisão final. "Mas não apoiaremos o Francisco Rossi (PDT). Há divergências profundas."
Em nível nacional, Dirceu mais uma vez afirmou que o candidato da frente de oposições (PT, PDT, PC do B e PSB) é Luiz Inácio Lula da Silva. "O ministro Sepúlveda Pertence e o ex-prefeito Tarso Genro são nomes a serem analisados, mas não acredito que tenham melhor desempenho que Lula", disse Dirceu.
"Não acredito que possam galvanizar o país, consolidar uma frente, mobilizar a militância e os movimentos sociais. Isso é um risco. A esquerda não pode correr esse risco", afirmou.
Ele admitiu, porém, que a disputa estadual no Rio é um obstáculo para uma eventual participação de Leonel Brizola como vice na chapa de Lula. O PT fluminense resiste em apoiar o candidato do PDT ao governo, Anthony Garotinho.
"Não é a Executiva que decide, mas um encontro estadual (em dezembro). Eu acredito que no Rio exista uma maioria do partido que possa votar a aliança com o PDT. E até apoiar o nome do PDT."
Ele esteve ontem em Belém para discutir os rumos da campanha no Estado. No Pará, PT, PSB, PC do B, PCB e PV já fecharam acordo formando uma frente de oposição à reeleição de Almir Gabriel (PSDB). O PDT fechou com Gabriel. O PPS deve seguir o mesmo caminho.
Nas esquerdas, o clima ainda vai esquentar até junho, porque os partidos falam em acordo, mas não abrem mão de suas candidaturas. O PSB lançou o senador Ademir Andrade; o PT, a vice-prefeita de Belém, Ana Júlia Carepa.
Dirceu descartou que o PT ou Lula estejam em negociações com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB).

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