São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Governo tenta evitar "overdose"

Conservar a estabilização é o objetivo

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Clóvis Carvalho, disse ontem à noite à Folha que o governo vai evitar "uma overdose" para enfrentar a crise das Bolsas e tentar conter seus efeitos no resto da economia.
Ele, porém, não descartou a adoção de novas medidas além da forte alta dos juros, determinada ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
"Não haverá overdose, só o que for necessário para assegurar o que é mais importante para o país, que é manter o processo de estabilização da economia", disse Carvalho.
O ministro deixou claro que há outras doses disponíveis. "A área econômica, e o BC em particular, têm planos de contingência prontos, à mão. Feito o diagnóstico, os instrumentos desses planos podem ser acionados a qualquer hora, porque o BC tem delegação para isso", disse.
FHC confiante
Eram 20h50 e o ministro acabara de sair do gabinete presidencial. "Se o mundo está acabando, como vocês dizem, não é aqui, é aí fora", disse. "Aqui", nesse caso, era o Palácio do Planalto.
Ainda segundo ele, o presidente Fernando Henrique Cardoso estava "confiante diante das decisões tomadas pela equipe econômica", a quem dera uma espécie de carta branca.
"O presidente não está propriamente tranquilo, porque há coisas objetivas acontecendo. Mas ele está no comando, com as mãos no leme", disse Clóvis Carvalho.

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