São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Bovespa não encontra o fundo do poço e a Bolsa de SP tem queda de 9,81

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As cotações nas Bolsas de Valores caíram ontem o dia todo sem encontrar o fundo do poço e encerram o dia na cotação mínima, com queda de 9,81%. Desde a quinta-feira passada, antes de a crise asiática chegar a Hong Kong, o Ibovespa perdeu 31,7%.
O dia do mercado financeiro começou cheio de más notícias: sobre a falta de caixa de várias instituições financeiras, boatos sobre quebradeira, uma nova rodada de queda das Bolsas na Ásia e Europa e a abertura em baixa do mercado nova-iorquino.
Logo as cotações do dólar comercial bateriam o teto da minibanda -R$ 1,1065- e o Banco Central iniciaria mais uma rodada de leilões de venda da moeda norte-americana para atender à procura. Segundo estimativa de bancos e corretoras, o BC vendeu cerca de US$ 1 bilhão ontem.
Ainda na ofensiva para conter o nervosismo do mercado financeiro foi anunciado um leilão de recompra de títulos com o objetivo de injetar dinheiro nas instituições que tiveram fortes prejuízos nos últimos dias.
O nervosismo aumentou à medida que a Bolsa de Nova York oscilava com intensidade e, no final da tarde, fechou com desvalorização de 1,67%.
No rastro do mercado brasileiro, a Bolsa argentina encerrou com queda 9,38%.
No mercado de juros, as taxas nos empréstimos de um banco a outro oscilaram próximas ao nível de 40% ao ano, considerado proibitivo. Poucos negócios foram fechados nessa taxa.
À noite, reunião extraordinária do Copom (Comitê de Política Monetária) fixaria a taxa básica da economia em 43% ao ano.
Títulos
Os títulos da dívida brasileira negociados no mercado nova-iorquino também oscilaram muito durante o dia todo.
No fechamento, os papéis do tipo C-bond estavam sendo negociados no mesmo nível do dia anterior. Esse preço, no entanto, é 20% menor do preço praticado antes do estrago provocado pela crise asiática.

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