São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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CMN aprova entrada de quatro bancos estrangeiros; 'pedágio' é de R$ 37,1 mi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem o ingresso no país de quatro instituições financeiras estrangeiras. Entre elas, o Morgan Stanley, instituição que opera ativos de US$ 270 bilhões no mundo.
Também receberam sinal verde o banco espanhol Santander -que comprou o Noroeste-, o banco de investimento norte-americano Mellon Bank Corporation e a Capital Markets Latin America, que vai constituir uma distribuidora.
Em troca do ingresso no país, essas empresas vão pagar um "pedágio" total de R$ 37,1 milhões, por meio da compra de créditos podres de instituições em liquidação.
O diretor de normas do Banco Central, Sérgio Darcy, disse não acreditar que essas instituições desistam de ingressar no país devido à crise no mercado financeiro.
"Elas apresentaram projetos de aplicação de médio e longo prazos. Estão vendo perspectivas de crescimento no país", disse.
Segundo Darcy, os estrangeiros que entraram no país contribuíram com R$ 120 milhões, desde 95. Ele disse que outros dez bancos ainda negociam com o governo.
Pela Constituição, o capital estrangeiro só pode ingressar no sistema financeiro do país caso seja declarado de interesse nacional pelo presidente da República.
O Morgan Stanley pagou um "pedágio" de R$ 3 milhões e vai constituir uma sociedade distribuidora de títulos e valores. A instituição registrou lucro de US$ 2 bilhões em 1996 e já operava no país por meio de um escritório.
O Santander já era o controlador no Brasil do Banco Geral do Comércio. Com a compra de 100% do capital do Noroeste, vai passar a ser um banco múltiplo, com 299 agências. Foi cobrado do Santander um "pedágio" de R$ 25 milhões.
O Mellon Bank comprou 40% do capital total do Banco Brascan, com sede no Rio de Janeiro e uma agência em São Paulo.
Embora o Brascan seja um banco múltiplo -que pode operar com carteiras comercial e imobiliária-, o objetivo do Mellon é atuar na área de investimento.
No mundo todo, a instituição opera com R$ 1,3 bilhão em recursos de terceiros. Para entrar no país, vai pagar "pedágio" de R$ 7,5 milhões.
O Capital Markets vai pagar "pedágio" de R$ 1,6 milhão para formar uma sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários.
O Capital Markets é uma instituição espanhola e tem 42,5% de seu capital controlado pelo holandês ABN-AMRO.

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