São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Diretor de "Marius e Jeannette" defende os filmes engajados

RUI MARTINS
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM BERNA

Robert Guediguian terá um lançamento de luxo, dia 19 na França, para "Marius e Jeannette", seu filme de gente pobre -180 cinemas, 25 em Paris.
A história dos operários no bairro L'Estaque, de Marselha, vem envolvida em pano de fundo de desemprego, extrema-direita, racismo e integrismo muçulmano. Leia trechos de sua entrevista à Folha.
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Folha - Seu hábito é fazer seus filmes sempre no mesmo lugar?
Robert Guediguian - Sim, em L'Estaque, bairro de Marselha onde nasci.
Folha - Podemos dizer que seus filmes são o que resta do cinema engajado?
Guediguian - O cinema engajado é uma coisa que reivindico. "Marius e Jeannette" é um exemplo de filme sobre operários. Ela encontra um trabalho, mas logo se torna desempregada, ele consegue um emprego com um estratagema.
Folha - O cinema engajado não estava ultrapassado na França?
Guediguian - Está de volta. O cinema francês voltou a se preocupar com os temas sociais, e o público segue essa tendência.
Folha - E como se comportam os produtores e distribuidores com relação ao cinema engajado?
Guediguian - A indústria cinematográfica apóia o que funciona e dá lucro. Se amanhã os filmes revolucionários derem boa bilheteria, não terão a menor dúvida em fazer cinema revolucionário. É assim que funciona o capitalismo.

Onde: Cinesesc, hoje, às 14h

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