São Paulo, sábado, 1 de novembro de 1997
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"Velhinhas" ensinam como ganhar na Bolsa

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Está chegando às livrarias brasileiras um livro que aconselha pequenos investidores a comprar ações -lançamento que coincide com a mais séria crise das Bolsas em uma década.
Será que não seria melhor adiar o lançamento? Ou mesmo cancelar a publicação?
Essas seriam dúvidas pertinentes em se tratando de um livro "normal" sobre aplicações financeiras. Na prática, porém, talvez não haja melhor momento para o lançamento do "Guia Prático de Investimentos das Beardstown Ladies - Como Ganhamos Dinheiro no Mercado de Ações -e Você Também Pode Ganhar".
A obra, que se tornou best-seller nos Estados Unidos há dois anos, retrata como um grupo de mulheres, hoje com idades entre 60 e 70 anos em sua maioria, sem experiência no mercado de capitais, moradoras de uma cidadezinha de 6.000 habitantes, começou a ganhar dinheiro aplicando na Bolsa.
Há dez anos, elas formaram um clube de investimento para comprar ações. E decidiram que cada uma delas aplicaria, todos os meses, US$ 25,00 no clube.
Clubes de investimento são bastante comuns nos EUA. O inusitado no caso do clube de Beardstown foi a decisão das sócias de escolher elas mesmas quais ações investir -e quando.
O que parecia uma decisão arriscada -tanto que vários corretores recusaram-se a trabalhar para elas- acabou se tornando um grande sucesso. Nos últimos dez anos, a carteira de ações do clube das Beardstown Ladies teve valorização -acima da média- de 23,4% ao ano, em média.
Mais de 300 mil exemplares do livro, escrito pelas próprias Beardstown Ladies com a ajuda da escritora Leslie Whitaker, já foram vendidos. Em parte, o que atrai na obra é o prazer de ler como "velhinhas" venceram centenas de especialistas em Bolsa na corrida pelas melhores ações -e isso mantendo o bom humor. O livro traz histórias saborosas sobre a formação do clube.
O livro não se resume, porém, a casos pitorescos. A proposta central da obra é servir mesmo com um guia para o investidor, com o bê-á-bá do mercado de capitais. O leitor vai encontrar expressões técnicas e tabelas a torto e a direito.
Felizmente, houve uma grande preocupação com o didatismo. Procura-se explicar tudo, e a adaptação para o mercado brasileiro é competente.

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