São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997 |
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Uma versão brasileira
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
Em "Uma Revolução Perdida", ele reconta todo o trajeto da experiência socialista na Rússia e na União Soviética. Ainda insatisfeito com o capitalismo, o autor afirma ter feito "uma crítica impiedosa ao processo soviético". "Ignorar o passado significa que você provavelmente será tiranizado por ele. A esquerda tem muito a aprender com o processo soviético, para poder superá-lo." Daniel não evita o problema do terror, mas lembra que os bolcheviques chegaram a libertar generais do regime pré-socialista e que se arrependeram -eles voltaram a comandar tropas contra o Exército Vermelho. O terror, comandado pela Tcheca, a polícia política, só se reforçou após o atentado contra Lênin, em agosto de 1918. Também chama de "um furação de morte e de destruição, uma orgia de sangue e de sofrimento" o processo de coletivização da terra promovido por Stálin a partir de 1929. Era a "revolução pelo alto". O livro começa com uma apresentação do período tzarista, continua narrando a revolução de 1905 e termina numa rápida análise sobre a situação da Rússia depois do fim do domínio do Partido Comunista, em 1991. É um período grande, para, relativamente, poucas páginas. Mais que um relato dos cenários históricos percorridos nesse período, "Uma Revolução Perdida" é um balanço crítico da Revolução Russa. "Minha intenção foi fazer desse livro um estímulo à compreensão." Segundo Daniel, o objetivo era fazer uma obra menos acadêmica, mais dedicada ao cidadão. O resultado é que alguns assuntos parecem receber um espaço insuficiente, como os expurgos dentro do partido. Mas o balanço crítico foi feito. (HCS) Texto Anterior: A americanização de 1917 Próximo Texto: ANA CRISTINA CESAR; UPDIKE; ANCHIETA; ENCONTRO Índice |
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