São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Ajuste após eleições é arriscado

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Para Paulo Leme, a estratégia do governo de esperar até as eleições de outubro de 98 para promover um ajuste fiscal foi atingida pelo crash global das Bolsas de Valores na semana passada.
"A volatilidade internacional torna vulnerável a estratégia brasileira de financiar os déficits externos com a privatização de empresas e a entrada de investimentos externos", disse.
Segundo ele, essa estratégia é extremamente arriscada no momento porque uma de suas hipóteses, que era a tranquilidade do mercado financeiro, não se cumpriu.
"A estratégia econômica para a reeleição recomenda como prudência uma mudança de rumo, que é acelerar o ajustamento fiscal e as reformas estruturais" (administrativa, fiscal e previdenciária).
Leme disse que o ajustamento fiscal é impopular, mas, diante do quadro externo, a única decisão que cabe ao governo agora é definir quando vai ser feito o ajustamento.
"Quanto mais for adiado, o ajustamento será mais custoso nesse ambiente internacional incerto", disse.
"Se a medida é impopular hoje, ela vai ser muito mais impopular se o choque externo se agravar. Essa é a escolha do governo."
Leme disse que a desaceleração da economia vai causar queda do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, o total de riquezas produzidas pelo país durante um ano) para 3% neste ano e para 2% no próximo.
(ACS)

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