São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Falhas

CIDA SANTOS

O mundo do vôlei está fervendo. Depois de três rodadas da Superliga, o que não faltam são reclamações de técnicos e atletas, vaias da torcida e uma constatação: está complicada a implantação do limite de tempo nas partidas. A razão é simples: as regras oferecem brechas para os times segurarem o jogo.
A ordem do presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça, que aliás já tem lugar na história como o homem que implantou a cera no vôlei do país, é para os árbitros punirem os atletas. Mas ele esquece que, ao dar o cartão a quem refugar o saque, o juiz está indo contra as regras, que permitem essa conduta. Ou seja: ficou fácil perceber que esse novo sistema, com 25 minutos de tempo corrido nos quatro primeiros sets, pede, e urgentemente, mudanças nas regras do jogo. Uma dessas alterações seria proibir o segundo saque, o que implicaria uma autorização especial da Federação Internacional de Vôlei.
Outra mudança seria parar o cronômetro nos pedidos de tempo. Isso acabaria com a inversão de papéis que está acontecendo. A parada técnica, que sempre serviu para o time em desvantagem tentar se acertar em quadra, ganhou novo sentido. Passou a ser mais um recurso para os técnicos das equipes que lideram o placar ganhar tempo.
Claro que o jogo também ficou bem menos emocionante. Mas essa é uma outra história. O mais complicado agora é a posição de Ary Graça, que não aceita discutir mudanças. A decisão de adotar esse sistema no principal torneio do país, sem fazer testes nem consultar técnicos e atletas, já não foi certa. Mas Graça tem uma ótima chance de fazer uns ajustes. Neste mês, a Superliga vai dar uma parada de 24 dias para a disputa da Copa dos Campeões. Tempo suficiente para ele ouvir as comissões técnicas e jogadores, que têm sentido na pele esse novo sistema.

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